A
greve dos caminhoneiros autônomos iniciada hoje está fracassando mais
cedo do que imaginavam seus organizadores que ninguém sabe quem são, de onde
vêm e a que propósito servem. Aliás, sabe-se sim: o propósito é enfraquecer
ainda mais o governo e facilitar o caminho do impeachment . Quem acha que estou
exagerando ou defendendo o governo Dilma , que não é verdade, leia esta nota
emitida pela Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos, a CNTA:
“Diante de mais uma pretensa paralisação de caminhoneiros
convocada por grupos de internet, a Confederação Nacional dos Transportadores
Autônomos (CNTA) comunica que:
1
– sempre manifestamos nosso apoio a movimentos de interesse específico da
categoria dos caminhoneiros autônomos, organizados ou não, desde que haja
representantes que respondam pelos atos que praticam;
2
– consideramos imoral e repudiamos qualquer mobilização que se utilize da
boa-fé dos caminhoneiros autônomos para promover o caos no país e pressionar o
Governo em prol de interesses políticos ou particulares, que nada têm a ver com
os problemas da categoria;
3
– paralisações, greves e protestos são legítimos em um regime democrático, mas
assim como acontece com outras categorias profissionais, as entidades sindicais
que têm a prerrogativa legal de deflagrar uma greve, passam obrigatoriamente
pela elaboração de uma pauta de reivindicação específica da categoria que
representam, para ser aprovada em assembleia geral, que é quem tem, ao final, a
legitimidade de deflagrar uma greve;
4
– Os caminhoneiros há muito vêm construindo a sua organização de representação
sindical. Não podemos admitir agora que pessoas estranhas, sem histórico algum
de representação da categoria, utilizem-se do respeito que o caminhoneiro
conquistou junto à opinião pública pela força e importância que exercem na
economia do país. Força essa reconhecida pelo governo sobre a necessidade de
suas reivindicações serem discutidas mais abertamente;
5
– hoje podemos contar com o Fórum Permanente do Transporte Rodoviário de Cargas
que foi criado para ser um canal aberto e direto do setor de transportes com a
inovação de estar conjuntamente sendo representado por caminhoneiros autônomos,
empresas de transporte de cargas, embarcadores e Governo;
6
– a CNTA se constitui hoje em seis federações e mais de cem sindicatos de
caminhoneiros autônomos de todo o país. Por isso, respeitamos qualquer
manifestação de interesse público de forma organizada. A rodovia é o escritório
de trabalho dos caminhoneiros, assim como o mecânico tem a oficina, o bancário
trabalha na agência. Portanto, o direito de manifestação e participação
espontânea não deve ser confundido com a interrupção de rodovias obrigando a
paralisação de quem precisa trabalhar ou não concorda com a manifestação;
7
– é importante registrar as graves consequências que um bloqueio de rodovias
traz tanto para os transportadores que delas se utilizam, como para a sociedade
em geral. É incalculável o prejuízo econômico, social e pessoal que esse tipo
de atitude traz. Neste momento, consultada a categoria, ela manifesta sua
necessidade de trabalhar e não de paralisar. Até porque a dificuldade econômica
por que passamos, não é exclusividade dos transportadores rodoviários, e sim de
todo o país;
7
– entendemos e reconhecemos a frustração tanto dos caminhoneiros como da
população com a situação econômica do Brasil. No entanto, a CNTA acredita em
uma guinada, a exemplo de outros países considerados potências econômicas, que
também passaram recentemente por crise financeira, mas com a luta e apoio da
população, de forma inteligente e organizada, viraram o jogo e estão novamente
em crescimento;
8
– Ao consultar a sua base de representação, a CNTA e as entidades que a compõe,
federações e sindicatos, optam pela defesa dos interesses dos caminhoneiros,
por meio do diálogo e negociação com o Governo Federal e setor privado.
A
CNTA alerta ainda que antes de qualquer pessoa se intitular uma liderança e
promover uma paralisação nacional é preciso partir da premissa que uma crítica
deve vir acompanhada de uma sugestão. Gritos de ordem incitando protestos podem
conseguir apoio e simpatia, mas sem propostas concretas de nada adiantam.
Curitiba,
04 de novembro de 2015”
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