Fernando Henrique Cardoso agora é
colunista do Estadão, de onde lança
ideias que nunca executou enquanto presidente; dita regras e prega, sem nenhum
pudor, o estado mínimo, tão obcecadamente defendido por liberais “probos” como Bornhausen, Agripino,
Eduardo Cunha e outros menos notáveis.
Na última coluna, FHC
gaba-se de estar retornando da Alemanha onde foi especialmente para assistir a
duas sinfonias de Beethoven , algo que lhe confortou muito.
Reconfortado,
de alma lavada e coração leve, voltou ao Brasil para pregar a derrubada da
presidente Dilma , que para o ídolo do meu preclaro amigo Edmundo, devia ter a “grandeza” de renunciar .O governo
tucano de Fernando Henrique, todos sabem, foi uma lástima do ponto de vista
econômico e ético. Surfou com o sucesso do Plano Real, criado na gestão Itamar Franco, que morreu
magoado com o fato de FHC assumir a paternidade de um plano que ele não fez, apenas
pilotou . Franco não admitiu , mas ficou claro que cedeu a pressão das elites para que ajudasse a viabilizar um presidenciável
capaz de derrotar o fenômeno Lula em 1994.
Quem se lembra
da enxurrada de manchetes dos grandes jornais sobre a crise econômica e de
credibilidade do governo Fernando Henrique? Quem haverá de ter esquecido o
escândalo da compra de deputados para aprovar a emenda da reeleição? E do
escândalo das contas CC5 do Banestado? E da quase doação da Vale para um grupo
privado liderado pela Vicunha do megaempresário Benjamin Steinbruch?
E a roubalheira na Petrobras denunciada em 1996 por Paulo Francis?
O Brasil vive sim uma grave crise econômica, mas uma
crise agravada pela movimentação golpista que a oposição faz no Congresso e que
, de certa forma, afeta a governabilidade. Negar que Dilma vai mal não tem
como. O governo dela é ruim mesmo. Mas , lembrando o que disse Ciro Gomes,
governo ruim se tira no voto. Como a reeleição é recente, vão ter que esperar
até 2018 para tentar derrotar o PT. Lulaa já é , declaradamente, pré-candidato,
e a perspectiva de nova derrota para o PT, deixa o tucanato em polvorosa. Isso
explica quase tudo. Explica, por exemplo, porque o glamoroso ex-presidente
Fernando Henrique se entrega de forma tão ridícula (e desesperada) à sanha golpista.
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