A Lei de Responsabilidade Fiscal é, teoricamente,
uma barreira à improbidade no setor público. Mas só teoricamente, porque se há
uma coisa que o brasileiro sabe fazer muito bem é driblar. O drible é uma arte
do futebol, celebrizada pela dupla Pelé e Garrincha, mas que na política tem
vários adeptos e hábeis dribladores. Uma das saídas para auferir vantagens é
pelas laterais do campo, com dribles chamados aditivos em contratos de execução
de obras licitadas. Outra, que pode ser chamada também de “pedala Rodinho” é a
colocação de venda nos olhos da fiscalização de prédios públicos, para evitar obras de boa
qualidade, o que impede reformas em curto espaço de tempo. Talvez fosse o caso
do Ministério Público ser melhor instrumentalizado ou, quem sabe, dos
observatórios dito sociais usarem lentes “olho de peixe” no seu trabalho de vigilância
e proteção do erário.
Sergio Moro começou efetivamente sua vida de político neste sábado em Curitiba. Numa feira no Juvevê foi recebido com frieza pelo povo e ouviu muitos insultos. Chegou mudo e saiu clado, acompanhado de meia dúzia de assessores, inclusive uma cinegrafista. Ele disputa com Álvaro Dias, seu ex-fã e agora inimigo, a única vaga do Senado. Chances de vitória? Tem, mas são pequenas, pra não dizer, quase zero.
Comentários