"Nenhuma política de segurança efetiva pode estar fundamentada principalmente numa perspectiva da ocupação policial do território e de megaoperações militarizadas. A centralidade de qualquer política de segurança tem de ir muito além do uso da força muitas vezes excessiva, incompetente e ineficiente. Esses ataques em megaoperações afetam, por um prazo limitado, somente o elo mais fraco e desorganizado do narcotráfico, pela simples razão que o Estado não pode assegurar o controle do território pela ocupação permanente por forças policiais e militares.
Por mais que o “day after” do enfrentamento dos chefetes e pés de chinelo do tráfico nos morros, que a guerra do Rio seja triunfalista, com a mobilização espetacular da PM e do Exército, isso não vai trazer tranquilidade nem segurança à população. Essas cenas são apenas a cortina mais aparente de um jogo de cena numa crise extremamente mais profunda na política de segurança e na repressão ao crime organizado que o governo democrático ainda não conseguiu resolver. Justamente porque o Estado se move numa concepção de guerras contra o crime, todas fadadas ao fracasso".
.Paulo Sérgio Pinheiro , professor-adjunto de relações internacionais na Brown University (EUA)em artigo publicado no jornal Valor Econômico
PS: cientistas sociais do país inteiro tem se dedicado exaustivamente a esse tema, e a conclusão é sempre a mesma do professor Paulo Sérgio: Enfrentar o crime organizado na base do contra-ataque violento, é violência contra violência. Quando o assunto é crime organizado, o buraco não está no morro, mas está bem mais embaixo.
Por mais que o “day after” do enfrentamento dos chefetes e pés de chinelo do tráfico nos morros, que a guerra do Rio seja triunfalista, com a mobilização espetacular da PM e do Exército, isso não vai trazer tranquilidade nem segurança à população. Essas cenas são apenas a cortina mais aparente de um jogo de cena numa crise extremamente mais profunda na política de segurança e na repressão ao crime organizado que o governo democrático ainda não conseguiu resolver. Justamente porque o Estado se move numa concepção de guerras contra o crime, todas fadadas ao fracasso".
.Paulo Sérgio Pinheiro , professor-adjunto de relações internacionais na Brown University (EUA)em artigo publicado no jornal Valor Econômico
PS: cientistas sociais do país inteiro tem se dedicado exaustivamente a esse tema, e a conclusão é sempre a mesma do professor Paulo Sérgio: Enfrentar o crime organizado na base do contra-ataque violento, é violência contra violência. Quando o assunto é crime organizado, o buraco não está no morro, mas está bem mais embaixo.
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