A notícia é boa. Foi divulgada em primeira mão pelo blog
Café com Jornalista, do amigo Luis Fernando Cardoso:
“Maringá largou na
frente na adoção de medidas de quarentena, como o fechamento do comércio em 20
de março, quando o município tinha apenas cinco casos confirmados da covid-19,
doença causada pelo novo coronavírus e que já resultou na morte de 97,2 mil pessoas
no mundo. Esse isolamento social antecipado – em relação a outras grandes
cidades – foi determinante para o achatamento da curva de infecção pela
covid-19. Contudo, o atual afrouxamento da quarentena é preocupante.
A constatação é de
nota técnica do Observatório das Metrópoles da Universidade Estadual de Maringá
(UEM) obtida em primeira mão pelo Café com Jornalista. O estudo foi realizado pela coordenadora do Observatório,
Ana Lúcia Rodrigues, e pelos pesquisadores Brian Ribeiro de Melo e Carla
Franciele Höring, que utilizaram o modelo matemático SIR (Suscetíveis,
Infectados e Recuperados) o software R (R Core Team, 2019), com base em dados
das secretarias de Saúde do Estado e do município.
As análises
consideraram o número de casos confirmados da covid-19 no município, por dia,
no período entre 18 de março (data da primeira confirmação) até 8 de abril.
Nesta data, reunião
de lideranças locais na Associação Comercial e Empresarial de Maringá (Acim)
decidiu pela reabertura da indústria e retomada da construção civil, a partir de segunda (13), fato que motivou o estudo do
Observatório das Metrópoles.
Segundo o estudo, as medidas tomadas a fim de desacelerar a dinâmica do surto de coronavírus e garantir o tratamento hospitalar para a população se mostraram exitosas. No período analisado, a taxa média de transmissão foi estimada em 1,34 – ou seja, uma pessoa contaminada não chegou a transmitir o vírus para duas pessoas. "O valor é inferior à taxa média de 2,25 informada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para casos confirmados sem as medidas de isolamento social", diz a nota técnica.
Segundo o estudo, as medidas tomadas a fim de desacelerar a dinâmica do surto de coronavírus e garantir o tratamento hospitalar para a população se mostraram exitosas. No período analisado, a taxa média de transmissão foi estimada em 1,34 – ou seja, uma pessoa contaminada não chegou a transmitir o vírus para duas pessoas. "O valor é inferior à taxa média de 2,25 informada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para casos confirmados sem as medidas de isolamento social", diz a nota técnica.
Projeção
de 100 dias
O Observatório também faz uma previsão da dinâmica dos casos suscetíveis, infectados e recuperados para um período de cem dias, de 18 de março (primeira confirmação) a 26 de junho. Se fossem mantidas as medidas de isolamento social, sem o afrouxamento da quarentena, o número máximo de casos confirmados em um único dia seria de 15.284. De acordo com o estudo, isso ocorreria em 17 de maio, 61 dias após a primeira confirmação de covid-19 em Maringá.
O Observatório também faz uma previsão da dinâmica dos casos suscetíveis, infectados e recuperados para um período de cem dias, de 18 de março (primeira confirmação) a 26 de junho. Se fossem mantidas as medidas de isolamento social, sem o afrouxamento da quarentena, o número máximo de casos confirmados em um único dia seria de 15.284. De acordo com o estudo, isso ocorreria em 17 de maio, 61 dias após a primeira confirmação de covid-19 em Maringá.
Caso tivesse
prevalecido a vontade dos céticos, que tratam a covid-19 como
"gripezinha", e nenhum isolamento tivesse sido adotado, a previsão
para os cem dias (considerando a transmissão de 2,25 divulgada pela OMS) seria
bem mais alarmante. No pior cenário, o pico de casos confirmados num único dia seria
de 82.117 pessoas, e teria ocorrido em 4 de abril. Isto é, provavelmente, as
unidades de saúde – públicas e particulares – da cidade já estariam saturadas,
sem condições de atender todos os pacientes da covid-19.
A nota técnica permite a interpretação de que, com
o afrouxamento da quarentena, com a indústria, o comércio e o setor de serviços
abrindo gradativamente, Maringá terá um cenário de contágio intermediário,
entre a melhor e a pior projeção traçada pelo Observatório das Metrópoles. Isso
significa que as lideranças locais precisam estar preparadas para responder a
um pico de contágio que, em algum momento, superará os 15.284 casos confirmados
num único dia.
No estudo, o Observatório faz ainda a previsão do total de infectados ao fim do período de cem dias. Com as medidas de isolamento que vinham sendo adotadas, Maringá chegaria a 26 de junho com 196.593 pessoas infectadas. Sem o isolamento, na mesma data, seriam 361.565 habitantes com a covid-19”.
☕ Maringá vai reabrir indústrias em meio à pandemia. Não é precipitado?
No estudo, o Observatório faz ainda a previsão do total de infectados ao fim do período de cem dias. Com as medidas de isolamento que vinham sendo adotadas, Maringá chegaria a 26 de junho com 196.593 pessoas infectadas. Sem o isolamento, na mesma data, seriam 361.565 habitantes com a covid-19”.
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A decisão tomada pelo prefeito Ulisses Maia (PSD),
vereadores e lideranças do comércio e da indústria, naquela reunião na Acim,
foi recebida com preocupação pelos pesquisadores da UEM. "Recebemos [a
notícia] com muita apreensão e até mesmo frustração", diz Ana Lúcia.
"Esse seria o momento de as lideranças políticas, econômicas e sociais se
organizarem em defesa de um escalonamento racional, organizado, de contaminação
[pela covid-19]. O contágio não pode ocorrer ao mesmo tempo, sob pena de
assistirmos à tragédia de filas de cadáveres pelas ruas", adverte.
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