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Quebrará a tradição?

A Câmara de Maringá nunca rejeitou contas de um prefeito. Nem as contas de Ricardo Barros, que demoraram 18 anos para chegar à apreciação dos vereadores. E olhem que tinham falas, senões , etc e tal.Mas foram apropvadas.

Tres anos depois, apenas tres anos depois, os vereadores estão com as contas da gestão petista de José Cláudio e João Ivo, relativas ao exercício de 2003. As contas foram encaminhadas pelo Tribunal de Contas do Estado com a recomendação para serem rejeitadas, por problemas técnicos.Para ser mais exato, dois propblemas: a falta de alguns extratos bancários que sequer haviam sido pedidos e um pretenso déficit orçamentário , que segundo o contador da Prefeitura à época Décio Galdino, não era déficit e sim superávit.
Mesmo que fosse déficit não justificaria o parecer pela rejeição.

O ex-prefeito tenta conversar com vereador por vereador, para explicar que não houve improbidade, houve sim erro formal. Mas esbarra na pré-disposiçao da maioria de manter o parecer do TC, apesar de afirmarem que o ex-prefeito é um homem sério, que não cometeu nenhum deslize.

Há quem acredite na aprovação das contas, mas percebe-se que as articulações para rejeita-las e criar embaraço ao ex-prefeito estão explícitas nos corredores da Câmara. As razõs são mais ou menos óbvias: por um lado, prevalece e tática do grupo político anti-PT de matar no ninho a possível candidatura de João Ivo a prefeito em 2008. Por outro, há o cultivo indisfarçável de alguns ressentimentos com a falta de habilidade com que o Partido dos Trabalhadores tratou alguns edis durante o Governo Popular.

Os problemas não fram nem com o prefeito João Ivo, e muito menos com o saudoso Zé Cláudio, mas com alguns secretários municipais que viviam com o rei na barriga. Além disso, o prefeito deixou de atender alguns pedidos de vereador, quando esses pedidos estavam em desacordo com a orientação partidária.

Quais as consequências de uma possível rejeição das contas para o PT enquanto instituição? Aapenas o desgaste político. Para João Ivo, a possibilidade de se tornar inelegível , além é claro, do desgaste político pessoal.

Isso é que não dá pra entender: o próprio presidente da Câmara João Alves reconhece que João Ivo tem um forte apoio popular e que a rejeição das contas colocaria a Câmara em situação difícil perante a população. Mas se jeito regula, a Comissão de Orçamento deverá dar parecer pela rejeição e o plenário decidirá a parada, contra o ex-prefeito.

Não é preciso ser analista político , e nem pitonisa, para deduzir que João Ivo acabará sendo vítima da expressiva votação que teve para deputado federal, tornando-se dessa forma, um candidato fortíssimo à sucessão de Silvio Barros II.

Comentários

Anônimo disse…
Não tem outra saída? Não existe recursos passíveis na justiça? Se estiver tudo certo????
Anônimo disse…
Existe saida sim: quando o João Ivo for prefeito esta turma irá amaciar tudo. Com medo.

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