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HSBC e Beto Richa

                 



Quem me dá a honra da leitura de meus textos aqui blog e no face deve se lembrar que recentemente postei um comentário meio ácido, sobre a quebra do Bamerindus, lembrando os 12 dias da morte do seu diretor-presidente José Eduardo de Andrade Vieira. Hoje, a Folha de São Paulo traz artigo do jornalista Ricardo Melo que, fazendo as vezes de ombudsman do jornalão, critica o silêncio da mídia brasileira diante do escândalo envolvendo o HSBC, que vem sacudindo os paraísos fiscais. Vale a pena ler, principalmente pela relação que o fato tem com o nosso Paraná, onde a quebra do Bamerindus foi um crime de lesa pátria sem precedentes na história, protagonizado pelos governos Fernando Henrique Cardoso e Jaime Lerner. O que isso tem a ver com o Beto Richa? Só lendo todo o artigo pra saber:


 "E scândalo financeiro mundial e vitória contra austeridade ficam escondidos na imprensa
Aproveitando a mais do que merecida folga da querida e competente Vera Guimarães, vou dar uma de ombudsman acidental.
É de estranhar, para dizer o mínimo, o laconismo com que a imprensa "mainstream" local vem tratando um dos maiores escândalos da história financeira mundial.
Falo da revelação de que o HSBC na Suíça ajudou milionários a ocultar bilhões de dólares e assim fugir do fisco em seus países de origem. A lista é ecumênica: inclui desde ricaços tidos como "limpos" até traficantes, ditadores e criminosos dos mais variados.
São mais de 100 mil contas. O valor da maracutaia internacional passa de US$ 100 bilhões. Em moeda local, algo perto de R$ 300 bilhões. O argumento de que o tema está distante do leitor nacional não resiste aos fatos: cerca de 9.000 clientes envolvidos na falcatrua são brasileiros; o HSBC é um dos maiores bancos a operar no país; e, pelo que a investigação conseguiu apurar, a roubalheira decolou depois da aquisição, pelo HSBC, de um banco e de uma holding de propriedade de Edmond Safra. A familiaridade do sobrenome com o Brasil, embora não seja prova de nada, dispensa comentários e deveria ser suficiente para aguçar a curiosidade de qualquer jornalista.
Surpresa: o assunto praticamente desapareceu, a não ser quando encontraram supostas conexões com o pessoal da Lava Jato. Esquisito. E os outros milhares de correntistas brasileiros premiados, desapareceram? A história não fecha. Aliás, é a segunda vez que um trabalho do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos recebe tratamento desprezível no Brasil.
Há pouco tempo, a mesma equipe escancarou manobras tributárias de bancos e multinacionais, brasileiros incluídos, para fugir de impostos com operações em Luxemburgo. Uma das empresas acusadas na artimanha, a Pricewaterhouse, por acaso vem a ser uma das que aprovavam balanços podres de instituições protagonistas da crise de 2008. Hoje a Price examina a contabilidade da Petrobras...
Detalhe: o premiê de Luxemburgo na época das sonegações, Jean-Claude Juncker, é o atual presidente da Comissão Europeia. E o homem forte do HSBC no período do vale-tudo da Suíça virou ministro no governo britânico do conservador David Cameron. Precisa mais?
PARANÁ NA MODA; E NA MÍDIA?
Curitiba viveu recentemente uma das maiores manifestações de sua história. Milhares de servidores públicos, trabalhadores e estudantes obrigaram o governador reeleito Beto Richa, do PSDB, a recuar no chamado "pacote de maldades" enviado à Assembleia Legislativa.
Entre outros disparates, o tucano propunha confiscar a previdência dos servidores para tapar rombos da antiga administração --dirigida por ele mesmo!
Deputados chegaram de camburão, reuniram-se no restaurante e, ainda assim, não conseguiram votar o pacote. Notícia daquelas, de repercussão nacional, exceto na mídia de fora da região.

Foi na capital do Paraná. Mesmo Estado onde fica a Londrina do juiz Sérgio Moro, sede do antigo Bamerindus vendido a preço simbólico ao HSBC e do Banestado (Banco do Estado do Paraná), pivô da CPI que durante os anos 90 catapultou o doleiro Alberto Yousseff para manchetes. Mera coincidência, talvez.

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