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A culpa não é do Céu, mas é do Céu que o castigo vem






Uma das coisas que mais causa espécie é a hipocrisia e a cara de pau de certos gestores públicos, que em tragédias como as que ocorrem em Belo Horizonte, colocam a culpa em São Pedro. O prefeito da capital mineira, Alexandre Kalil, por exemplo, culpou o excesso de chuvas pelos desmoronamentos e desabamentos que já mataram mais de 30 pessoas. Na visão dele, e de tantos outros, desastres naturais são inevitáveis. E são mesmo, mas as consequências de trombas d´água como esta poderiam ser minimizadas com projetos preventivos de proteção de encostas, de limpeza permanente das galerias de águas pluviais, da implantação de sistemas de alerta e planos de emergência para a retirada de moradores de áreas vulneráveis nos casos (previsíveis) de emergência. A tecnologia das estações climatológicas permitem que se tenha conhecimento dos temporais bem antes deles acontecerem.

É preciso que a sociedade debata e questione duramente a políticas urbanas de exclusão social . Em nome da especulação imobiliária, é comum as populações pobres serem empurradas cada vez mais para as periferias das grandes e médias cidades. Os vazios urbanos, por mais extensos que sejam, não contemplam políticas de ocupação racional e humanitária. Fiquemos no caso de Maringá, que é uma realidade que a gente conhece bem.

Aqui não tem encostas, é uma cidade plana de descampados e pelo menos 30% da área urbana é de terrenos baldios, nunca ocupados por habitações populares , muito pelo contrário. O resultado disso é o espalhamento da cidade, com a proliferação de loteamentos distantes do centro e carentes de infraestrutura.

Vale a observação do crescimento da área urbana para o lado Norte, para além , inclusive, do Contorno, que eu sempre preferi chamar de Transtorno. Isso devido às dificuldades que os que moram do lado de lá teriam , e hoje têm, de acessar a região central. A transposição é sempre complicada, seja pelos perigos que representam as duas marginais , seja pela distancia de uma passarela para outra ou seja pelo corredor da morte em que se transformou aquela via expressa cheia de incorreções, como prova o elevado índice de acidentes automobilísticos ali registrados.

Nem vem ao caso detalhar aqui os deslizes éticos que o Transtorno Norte enseja, mas nunca é demais lembrar que esta obra gigantesca e caríssima, reflete bem o desprezo com que a classe política daqui e dacolá, sempre trata as camadas mais pobres da população.


Comentários

Anônimo disse…
De forma que o prefeito de BH diz que a culpa é do céu e o governador que a culpa é das vítimas... Assim ficamos todos tranquilos. O poder público nada tem a ver com isso, que siga a dança!!!!
Zé disse…
NA CASA 58 DO CONDOMINIO VEREDAS DA BARRA CHOVEU POUCO TALOJEY ?
ENQUANTO ISSO O FILHO DO BOZZO NEGOCIANDO COM UMA EMPRESA DE ARMAS NA INDIA
Décio disse…
O povo deveria fazer como o governador e seus amigos: pegar seu jatinho e ir passear no Caribe, Suíça, Nova York, até passar a chuva. Simples, não é?
O governador é daquele partido velho que tem o nome de NOVO, eles odeiam pobre.

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