"Os conselheiros do Tribunal de Contas do Paraná julgaram improcedente a denúncia contra o ex-prefeito de Maringá, João Ivo Caleffi (PMDB), e o ex-presidente do Serviço Autárquico de Obras e Pavimentação, Valdécio de Souza Barbosa, oriunda da 2ª Vara Cível. Eles foram acusados de descontar contribuições dos servidores e não repassar de imediato à Caixa de Assistência, Aposentadoria e Pensão dos Servidores Municipais (Capsema) e o Ministério Público queria a devolução do dinheiro e multa. O TCE entendeu que não houve má-fé ou dolo na conduta da prefeitura e do Saop. Na justiça comum, o ex-prefeito também teve ganho de causa". . Do blog do Rigon PS: a representação contra o ex-prefeito e o então presidente do Saop foi feita junto ao Ministerio Publico pela diretoria da Capsema. E sabem por que? Porque em dezembro de 2004, a Prefeitura estava com o caixa vazio e o prefeito precisava pagar o funcionalismo, inclusive o 13º. Aí usou o dinheiro que deveria repassar para a Capsema
Comentários
Dos mesmos autores de ‘Bolsa Família é esmola’, ‘política de cotas é privilégio para os negros’ e ‘pobre em aeroporto é um absurdo’, vem aí o novo ideário da direita brasileira: o pobre que não gosta de pobre. No espectro político, ele está no penúltimo degrau da escada social, submetido aos trabalhos pesados, mas vive ainda dos usufrutos do estado de bem estar social, promovido pelos últimos governos.
O pobre de direita é contra as cotas raciais nas universidades públicas. Subentende que pobre e negro deve pagar os seus estudos, pois, ao aderir a uma política de concessão do estado, estaria contribuindo com a discriminação. Ele, pobre e negro, não consegue compreender a condição de excluído da sociedade, a histórica subserviência da classe, a escravidão dos seus antepassados que durou 300 anos e foi a última a acabar no mundo.
O pobre de direita não compreende o que é política de direita ou de esquerda. Conceituado assim porque adere a pensamentos conservadores e neoliberais (que ele também não compreende), este cidadão absorve das premissas do contexto político um lugar que é seu por osmose. Muitas vezes submete-se a um contexto familiar, a uma conjuntura no espaço de trabalho, a qualquer motivo que não seja a capacidade ideológica, racional e consciente de decidir e de militar.
O pobre de direita é contrário às políticas sociais. Possivelmente passou fome ou viu alguns dos seus passar; ou atravessou um mar de necessidade, nos tempos em que o governo estendia a mão e junto o cabresto. Viu crianças morrerem desnutridas e outras nascerem mortas. Viu o suplício do nordestino com a seca e a morte dos seus rebanhos. Viu o retirante partir para as grandes cidades, molambento, para se humilhar nas portas das fábricas.
‘Bolsa Família é esmola’ virou mantra fundamental. Para além das ideias conservadoras, era mais importante congelar investimentos em Saúde e Educação durante 20 anos, do que reajustar um auxílio social. Era preciso cortar. Porque pobre tem que trabalhar. Pobre tem que morrer trabalhando. Sem direito a aposentadoria e sem o direito a um trabalho digno. Isso é conversa de comunista.
O pobre de direita é o perdigueiro da classe média, que é o perdigueiro da elite. Atiçados para aderir a uma ideia que no fundo só os prejudicará, seguem os roteiros da matilha do neoliberalismo, do estado mínimo, da ruptura democrática. Não são teleguiados totalmente, mas se submetem a discursos e notícias falsas que vicejam nas redes sociais. Ele é a representação do telespectador modelo concebido pelo William Bonner: um Homer Simpson.
Ao pobre de direita não interessa saber o que é presunção de inocência porque isso pode beneficiar aquele a quem considera um adversário político. Mas se indigna quando a polícia invade a sua casa; quando revista a mochila dos seus filhos a caminho da escola; quando as forças do estado revistam os seus bolsos e, não encontrando nada, atiram os seus documentos no chão. Para se agachar. Para se sentir um trapo humano.
O pobre de direita tem uma ética caolha que não o permite enxergar a corrosão do sistema político por inteiro. Que a corrupção é sistemática, muitas vezes representada socialmente pelo que chamamos de ‘o jeitinho brasileiro’. Furar fila, fraudar testes para obter a CNH, fraudar institutos para receber diplomas e certificados, adulterar, corromper, subornar, ludibriar
"Esquerda caviar (em francês: Gauche caviar) é um termo pejorativo originário da língua francesa utilizado para descrever alguém que diz ser um socialista, mas que leva uma vida de luxos e glamour. O termo indica que os membros da esquerda caviar não são sinceros em suas crenças, uma vez que prega algo (uma sociedade socialista) e, de maneira hipócrita, faz outro completamente diferente (beneficia do sistema capitalista)."
Fonte: Wikipédia