. Por Elio Gaspari, em O Globo:
Em 1974, quando Elzita Santa Cruz de Oliveira procurava seu filho
Fernando, escreveu cartas a chefes militares contando seu caso, e um
tenente-coronel acusou-a de caluniar o Exército, pois “seria desonrar todo
nosso passado de tradições, se nos mantivéssemos calados diante de injúrias ora
assacadas contra nossa conduta de soldados da Lei e da Ordem que abominam o
arbítrio, a violência e a prepotência”.
Meses depois, o mesmo tenente-coronel estava na sala do comandante do II
Exército, general Ednardo D’Avila Mello, quando o ministro Sylvio Frota
interpelou-o por que um oficial da Polícia Militar de São Paulo “tinha sido
insultado e agredido a socos durante um interrogatório” no DOI.
Nas palavras de Frota:
“Não é possível, Ednardo, que isso aconteça! Você deve tomar enérgicas
providências. É preciso mudar, logo, alguns dos oficiais que trabalham no DOI;
substituí-los, porque estão ocorrendo exageros que não podemos admitir.”
Fernando, filho de Elzita, era o pai de Felipe Santa Cruz, atual
presidente da Ordem dos Advogados do Brasil. Nunca foi encontrado.
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