O remédio é amargo, mas há dinheiro
para o salvamento de empresas e empregos . O que falta é competência e
compromisso do presidente com o país, onde o coronavírus deita e rola.
----
Para Jaques Sztajnbok, chefe da
Unidade de Terapia Intensiva do Instituto Emílio Ribas, não dá para prescindir
de fazer um 'lockdown' total, coordenado pelo Ministério da Saúde. É o único
jeito de baixar a curva de transmissão, evitando inclusive o surgimento de
novas cepas. Quanto mais o país demora para fechar tudo por pelo menos duas
semanas, mais dramática fica a situação, inclusive da economia, que está em
frangalhos.
Lockdown isolado e meia-boca, não vai
adiantar de nada. Se um município fecha, mas os seus vizinhos continuam
afrouxando regras de distanciamento, tudo continuará como está ou até se
agravando mais.
Quem tem que tomar a dianteira do
controle da pandemia é o governo federal. Mas como esperar que algo de positivo
aconteça num cenário em que o presidente da república faz tudo ao contrário do
que recomenda a ciência?
Não nos iludamos: a situação do
comércio é crítica, empregos estão indo embora aos montes, mas enquanto não
houver uma medida radical de isolamento em todo o país, não há como melhorar
nada.
Cabe ao governo socorrer as empresas,
disponibilizar linhas de financiamento, socorros a juros subsidiados e com
menos burocracia. O que não pode é fazer como o governo fez no primeiro
trimestre de 2020 quando botou mais de R$ 1 trilhão nas mãos do bancos para
viabilizar o socorro de pequenas e médias empresas e os banqueiros sentaram em
cima da montanha de dinheiro público e atenderam menos de 10% dos que tentaram
obter o "oxigênio".
E cadê esse dinheiro? Segundo
economistas não comprometidos com a política econômica do Paulo Guedes, o Brasil
tem hoje, mofando nos cofres do Banco Central, pelo menos R$ 4 trilhões, fora
esta dinheirama que foi colocada nas mãos dos banqueiros.
Comentários