Jânio
de Freitas, um dos mais qualificados jornalistas políticos do Basil, alerta em
artigo hoje na Folha de São Paulo: "Os indícios atuais de golpe já ameaçam
o episódio eleitoral”. O discurso do presidente e dos militares que o rodeiam
repete a lógica de 1964, insinuando que uma intervenção militar seria anseio da
sociedade. Jânio menciona o receio manifestado pelo presidente do TSE, ministro
Edson Fachin, que disse claramente esta semana sentir que a democracia está sob
ameaça.
O que
mais espanta é o silêncio da elite política e da própria oposição. Era hora dos
pre-candidatos Lula, Ciro e até os de centro como Simone Tebet e o vai-não-vai
João Dória estarem botando a boca no trombone. As ameaças de golpe são cada vez
mais claras, principalmente porque as pesquisas indicam a possibilidade real da
vitória de Lula. Fosse qualquer outro candidato a ameaçar a reeleição de
Bolsonaro o discurso golpista não estaria sendo potencializado como está.
O fato
concreto é que as instituições precisam reagir e a mídia, como um todo, está
comendo mosca, como é o caso da Globo, que critica Bolsonaro no varejo, mas dá
a entender que para evitar Lula, até apoiaria um novo golpe. Ninguém de bom
senso pode ignorar os alertas de Jânio e Fachin. O Brasil corre perigo, sim, senhor.
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