
Os vices militares tinham atuação apagadas, até mesmo quando assumiam interinamente. Tanto que ninguém lembra do vice de nenhum outro presidente general, exceto Aureliano Chaves, que governava de fato na ausência de Figueiredo.Mas José Alencar foi diferente: esteve sempre na linha de frente do primeiro escalão e substituiu Lula com autonomia e sem jamais trair a confiança do titular, toda vez que este ia para o exterior.Mesmo quando criticava a política de juros, não distoava da linha do governo popular. Era sempre simpático, sorridente e externava com altivez suas posições liberais, contestadas mas nunca desrespetadas, nem mesmo pelo MST, que em alguns momentos o político Alencar criticou com dureza espartana. Por isso mesmo, tudo o que se fala dele, todos os elogios que se faz a ele, são merecidos. Depois de enfrentar a morte com coragem e dignidade, zombando às vezes dela, o ex-vice presidente foi embora deixando a seguinte constatação: nem só de concepções marxistas vive o espírito revolucionário e a esquerda não tem o monopólio da justiça social. A propósito de Alencar, lembro do senador Josapha Marinho (+), um líder da antiga UDN baiana, que honrava a atividade parlamentar.
Ouvindo hoje de manhã o comentário do Arnaldo Jabour na CBN, achei interessante a sua colocação final: "Alencar não era do tipo de homem que gostaria de ser velado com lamentações e com pêsames. Portanto, parabéns, José Alencar!"
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