
O Observatório das Metrópoles da UEM fez um estudo detalhado sobre o impacto do Contorno Norte na vida da cidade, sobretudo da população pobre . A conclusão é de que a obra aprofunda o processo de segregação socioespacial. É o Contorno, na conclusão dos pesquisadores, “uma trincheira no tecido urbano, impactando profundamente na vida cotidiana dos moradores do entorno da via e de toda a região”.
Lembro a propósito, que conversei algumas vezes sobre o assunto com o ex-prefeito Said Ferreira (+), que tentou fazer o contorno há mais de 20 anos, quando aquela parte da cidade ainda podia ser considerada área rural. “Hoje, eu não faria a obra com o mesmo traçado, porque iria afetar de maneira dramática a vida nos bairros que surgiram depois e que hoje ficam do lado de lá da via expressa”, disse-me Dr. Said.
Lógico que depois que chegou no estágio em que está, a obra não pode parar, tem que ser concluída. O governo Federal, por meio do ministro Paulo Bernardo manda dizer que não tem dinheiro no momento para a continuidade do Contorno Norte. Notícia ruim para Maringá, que vai ficando com aquele elefante branco a atrapalhar-le o sábado. Mas convenhamos, não tivessem indícios de irregularidade no seu processo licitatório, o Ministério Público Federal não teria entrado no circuito para tentar barrar o andamento dos trabalhos.
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