Não existe nada mais hipócrita do que esse
discurso da harmonia dos poderes. Em nome dessa harmonia, o presidente do
Senado, Rodrigo Pacheco, passa o pano nas ameaças diárias de Bolsonaro à
democracia; o presidente do STF , Luiz Fux , faz ouvidos de mercador ao
festival de horrores do cercadinho, das lives e do gabinete do ódio e a elite
estúpida, capitaneada pela Febraban e Fiesp, dão uma de “Eremildo, o idiota”, ao
tentarem passar o falso recado de que estão preocupadas com os ataques à
democracia.
Por seu lado, a mídia corporativa bate no
varejo e ignora o atacado. A política econômica nefasta de Paulo Guedes é
intocável, mas a Globo, por exemplo, faz o brasileiro insatisfeito se sentir
vingado com as críticas à figura escrota de Bolsonaro e à volta da espiral inflacionária.
Mas não toca no que é essencial. Ignora propositadamente, claro, a verdadeira razão do
aumento dos combustíveis, que é o atrelamento da política de preços ao dólar e
à cotação internacional do petróleo, quando se sabe que o Brasil é autossuficiente
na produção do óleo cru. Omite também o
desmonte das refinarias e o fato do país exportar petróleo e importar
derivados, o que é um crime de lesa-pátria. Como sair da crise diante de tanto
escamoteamento da verdade?
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