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Só não vê quem não quer

 Darcy Ribeiro dizia que a crise da educação brasileira não era uma crise era um  projeto. O colégio cívico-militar deixa bem claro que a  militarização da escola pública é um projeto de poder.

Comentários

Joao Maria disse…
Todos os atos que acusaram Lula e o PT, a gang que se instalou no Planalto esta fazendo.
Anônimo disse…
Colégio militar com os recalcados militares de reserva será o fim da educação.
Irineu disse…
O governador do Paraná, Ratinho Junior, do PSD, anunciou na segunda-feira, 26, que irá militarizar 215 das mais de 2 mil escolas públicas estaduais.

Trata-se, segundo o governo do filho do apresentador Ratinho, do SBT, “do maior projeto do país nessa área”. Dito de outra forma, o Paraná está comprando no atacado o que até agora é a única ideia concreta do governo Jair Bolsonaro para a educação.

O MEC, recordemos, passou desde janeiro de 2019 pelas mãos de um incompetente indicado por Olavo de Carvalho, depois foi entregue a um valentão de redes sociais que lida mal com a ortografia e a democracia (e precisou sair correndo do país após chamar os ministros do Supremo Tribunal Federal de vagabundos e dizer que eles deveriam ser presos) e a um militar que mentiu no currículo. Agora, o ministério está nas mãos dum pastor evangélico que, quatro meses após se sentar na cadeira, ainda não disse a que veio – apesar de já ter deixado escapar uma declaração homofóbica.

Confiar em projeto concebido num ministério com tal histórico de gestão é tão temerário quando pedir a Ricardo Salles para cuidar das plantas de casa quando você precisa viajar. Mas foi a isso aí mesmo que Ratinho Junior resolveu entregar o futuro de 129 mil estudantes da rede pública.

Para convencer a patuleia de que a mera entrega da direção a policiais militares aposentados irá transformar escolas públicas com “baixos índices de fluxo e rendimento escolar” num “modelo vencedor” (os termos entre aspas são do material de propaganda oficial), Ratinho Junior e seu secretário da Educação, Renato Feder (que foi cotado para ser ministro após as demissões do imprecionante Abraham Weintraub e do breve e criativo Carlos Decotelli), lançaram mão de uma mentira: a de que “a média das escolas cívico-militares no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica é 20% maior do que na educação tradicional”.

Eu explico a redação ruim da propaganda oficial. Ratinho e Feder quiseram dizer que o Ideb comprova que a militarização das escolas melhora o rendimento dos alunos. Estão mentindo. Uma reportagem da Folha de S.Paulo, publicada em fevereiro passado, explica que “escolas militares têm desempenho similar ao de unidades com perfil parecido”. Ainda: “acima da média, centenas de colégios estaduais com alunos do mesmo perfil socioeconômico têm resultado melhor”.

A presidente-executiva do respeitado Todos pela Educação, Priscila Cruz, também já sepultou a alegada superioridade das escolas cívico-militares, como gostam de chamá-las seus defensores. “Do ponto de vista técnico, o modelo não se sustenta”, ela disse, em entrevista ao UOL concedida há um ano.

Perguntei ao governo do Paraná em que se apoia a afirmação da propaganda oficial. A resposta: “Os Colégios da Polícia Militar implantados pela atual administração apresentaram bons resultados no último ranking do Ideb, mesmo sendo escolas novas. Baseado nessa experiência e também nos desempenhos apresentados por outras por modelos similares de escolas militares, há a previsão da melhoria da qualidade dos colégios cívico-militares”.

Preste atenção à (nem tão) sutil diferença entre Colégios da Polícia Militar e colégios cívico-militares (sic). Nela, está a confissão da mentira que Ratinho e Feder tentam empurrar aos paranaenses.
Irineu disse…
Os Colégios da Polícia Militar foram criados para atender primordialmente filhos de policiais. O mais antigo deles, em Curitiba, começou a funcionar em 1959. Ano passado surgiram outros três, em Londrina, Maringá e Cornélio Procópio, todas cidades bem estruturadas. Para estudar nesses colégios, é preciso ser aprovado numa concorrida prova de admissão. A maioria deles funciona em prédios confortáveis, com manutenção em dia e situados em bairros de classe média – em Londrina, fica na periferia da cidade, no prédio de uma antiga escola que foi reformado para abrigá-lo. Por isso, também atraem bons professores. É à soma disso tudo que se devem os bons resultados deles nas avaliações, e não simplesmente ao fato de serem militares.

Mas o governo tenta fazer os paranaenses – e este jornalista – acreditarem que basta colocar um policial aposentado na direção, entregar uniformes de militares às crianças e obrigá-las a cortar o cabelo à moda do quartel e a cantar o hino nacional para que as escolas ruins em que estudam alcancem os mesmos bons resultados que os Colégios da Polícia Militar colecionam há décadas.

Você acredita que vai dar certo? Eu também não.

Outro problema: o próprio governo do Paraná me disse ter selecionado os 215 colégios que serão entregues à administração de PMs a partir de “características como alto índice de vulnerabilidade social, baixos índices de fluxo e rendimento escolar” e (também importante) “não ofertarem ensino noturno”.

Um levantamento do sindicato dos professores estaduais do Paraná, o APP-Sindicato, porém, contou nada menos que 117 escolas com ensino noturno entre as 215 selecionadas. Em Campo Mourão, uma próspera cidade do rico noroeste paranaense, região de terra roxa e fértil produtora de soja, três dos quatro colégios que serão militarizados estão fora dos critérios definidos pelo próprio governo. Um deles, o Colégio Vinícius de Moraes, dobrou a nota do Ideb em relação à prova anterior. Isso o colocaria fora dos critérios do programa. Mas ele também foi colocado na lista dos militarizáveis.

A suspeita, entre professores com quem conversei, é de que o governo busca militarizar escolas que já funcionam bem para poder vender sua ideia como bem sucedida.

Já seria ruim se acabasse aqui. Mas piora.
Cássio disse…
Se os exemplos forem os de agora será um dinheiro desperdiçado.Panzuelo, dias atrás, disse que o nordeste ficava no hemisfério norte. O bolsonaro , bem, maior infectologista das galáxias,receita cloroquina e fala contra vacina. Tem militar que anda com máscara de time de futebol.Relembro que a Ditadura Militar começou a sucatear a Educação pela lei 5692/71.A insegurança pública começou com a lei 5941/73.E deixou o país numa hiperinflação. O povo como não conhece história, endeusa .
Anônimo disse…
Além de bhestias os paranaenses vão aprender A marchar e varrer pátio e calçada da escolinha do mico militar.

Vão transformar 10% das crianças em robozinhos obedientes. Batendo continência para tipos como Bozo, Pazuello, Heleno etc. Dignos de pena.

Não falta mais nada!!! Quanta estupidez!!!

O modelo vai levar de carrada. O país parece ansioso por uma geração ordeira e obediente, como um rebanho.
Dona Maria disse…
Estamos sob um governo militar. Isso é fato. Quem viveu a ditadura militar, travestida de democracia, sabe para onde estamos indo. Jovens pais não entrem nessa fria. Não tirem dos seus filhos o direito de pensar, de serem criativos e críticos, de terem suas próprias convicções, de serem altivos. Enfim, de serem uma pessoa completa. Pais jovens, pensem bem!
Anônimo disse…
Grande idiotice. Quem quererá um filho a exemplo destes indolentes que estão mamando na pátria? Quem quererá um na família alguém que se aposenta antes dos 40 anos sem ter dado um tiro, que onde são governo deixam um rastro de sangue, tortura , quem quer que um filho seja exemplo de um governo demoniaco destruidor da natureza e dos índios.

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