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Crivella, um exemplo a ser combatido. Mas não com a mesma motivação da Globo


SE PECADO CAPITAL EXISTE, O USO DA BÍBLIA COMO PLATAFORMA DE CAMPANHA É UM DELES

O caso dos sucessivos pedidos de impeachment contra o prefeito do Rio Marcelo Crivella deve ser visto por pelo menos dois ângulos - o da transformação do ente federativo em extensão da Igreja Universal, o que é um absurdo, pois o estado é laico e o da fritura a que o sobrinho de Edir Macedo foi submetido pela Rede Globo, que se sente cada vez mais incomodada com a Rede Record nos seus calcanhares.
A Globo detona Crivela com o mesmo apetite com que detonava Brizola, ameaça constante ao império dos Marinho. Para entender melhor a ira da Globo contra o prefeito do Rio basta ver esses números, divulgados pelo site Nocaute, do Fernando Morais:
“O ex-prefeito do Rio Eduardo Paes aumentou os gastos com publicidade em mais de 4.000% (de R$ 650 mil a R$ 29 milhões de reais), no primeiro ano como prefeito. No final do primeiro mandato de Paes o valor chegou a R$ 150 milhões. O Grupo Globo foi o principal destinatário dessa montanha de dinheiro. Em 2015, final do segundo mandato de Paes, a Prefeitura do Rio destinou R$ 23 milhões à Globo. Rivella, que é bispo licenciado da Igreja Universal, cortou as verbas publicitárias destinadas à Rede Globo e começou a dar ao grupo o mesmo tratamento dispensado aos demais veículos de comunicação. Com isso, o conglomerado dos Marinho deixou de faturar quase R$ 50 milhões de receita no ano passado”.
A gestão Marcelo Crivella, no entanto, pode servir como exemplo do mal que a mistura de política com religião faz à democracia. Segundo apuração do Ministério Público, o prefeito prioriza a nomeação de seguidores da Igreja Universal nas nomeações para os cargos comissionados na administração municipal do Rio. Além disso ele é acusado de oferecer facilidades a pastores e freqüentadores da Universal no atendimento pelo SUS, bem como no pagamento de impostos.
É preciso que os formadores de opinião se debrucem sobre essa questão complexa da participação dos evangélicos na política. Não por serem evangélicos, mas os candidatos que pertencem a qualquer das denominações religiosas não podem usar a Bíblia como palanque das suas campanhas. A facilidade que eles têm de cooptar corações e mentes com seus discursos religiosos é grande e isso cria uma distorção brutal, porque para os políticos pastores quem segue suas orientações é de Deus, quem as contraria, é do diabo.
Tenho parentes e amigos evangélicos, que merecem o maior respeito e admiração pela fé inabalável que ostentam. Mas não dá para confundir a Bíblia Sagrada com a sagrada Constituição da República. Nesse sentido, a bancada evangélica , que só está que cresce no Parlamento é um desserviço ao país.
Vamos prestar mais atenção ao sábio provérbio português, segundo o qual “uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa”.

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