O Brasil é um país onde a elite e a
classe média sempre fizeram troça da questão social, exceto em momentos que
lhes convinham a demagogia. Nesses últimos 14 meses, parece que houve uma
espécie de potencialização desse sentimento mesquinho, agravado pela
disseminação do ódio contra quem quer que venha desafinar o coro dos contentes.
É uma nova forma, uma forma mais perversa do discurso único.
O mundo dá muita volta, prova cabal
de que a terra não é plana. E assim, com Deus escrevendo certo por linhas
tortas, todos se unem no desespero da pandemia, para rogar (e cobrar) a atuação
firme do estado em favor de uma agenda social que só os taxados de esquerdistas
nunca deixaram de defender. Hoje, a saúde pública é essencial para a vida de
todos - ricos, pobres e remediados, enfim no mesmo barco. De repente , o estado
de bem estar-social virou a bendita, que veio pra nos salvar, que veio nos
redimir.
A pergunta que fica é uma só: será que, quando o coronavírus for embora
de vez (e vai logo, se Deus quiser) essa mesma elite, classe média e pobres
equivocados, não vão sair por aí vestindo verde e amarelo, pra novamente jogar
bosta na Geny?
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