Não creio
que Bolsonaro tenha inteligência suficiente para aplicar os golpes de mestre
que vem aplicando nas instituições. Deve
haver por trás dele uma espécie de Rasputin,
que o orienta na formatação dos seus pacotes de maldades e falsas bondades. Um
dos exemplos recentes foi a colocação de
um jabuti na LDO, elevando para mais de R$ 5 bi o fundo partidário para ser
usado nas eleições de 2022. Ante a
reação negativa da sociedade, Bolsonaro se mostrou perplexo, mesmo estando
hospitalizado.
O curioso é
que seus dois filhos , um na Câmara e
outro no Senado, votaram a favor da excrescência. Eduardo Bananinha saiu do plenário para
detonar a aprovação e culpou o presidente da sessão, o vice Marcelo Ramos, pela
manobra. Ramos se enfureceu e criticou pai e filhos, deixando claro que as
digitais do presidente da república estavam nessa aprovação inaceitável.
Bolsonaro
anunciou que vai vetar, mas Ramos denunciou em entrevista hoje cedo na CBN que
é tudo de caso pensado. Ou seja, Bolsonaro estaria negociando para mandar ao
Congresso um novo PL, reduzindo os recursos para os partidos dos R$ 5,7 bilhões
para R$ 4 bilhões, 2.700 a menos que a cifra escandalosa e dois a mais do que o
valor atual. Ou seja, Bolsonaro deu um tapa e escondeu a mão, como convém a
quem vive fazendo o mal e construindo uma narrativa sacana de que o bugalho não
é bugalho, é alho mesmo.
Comentários
A conhecida frase da Bíblia Sagrada "Diga-me com quem andas e eu te direi quem tu és" nunca esteve tão popular como nos dias de hoje.
Segundo Matéria divulgada no portal 'O Presente', dos 30 deputados federais do Paraná, 14 votaram favoravelmente à proposta de Lei de Diretrizes Orçamentárias que aumenta de R$ 2 bilhões para quase R$ 6 bilhões o dinheiro que será destinado ao financiamento das campanhas eleitorais em 2022.
Entre os que votaram a favor da proposta, temos uma surpresa desagradável, dois parlamentares que se dizem bolsonaristas, Filipe Barros (PSL), Paulo Eduardo Martins (PSC), que se elegeram com discurso contra o fundão no passado, votaram a favor do aumento do fundão eleitoral que aumentará a verba para os partidos gastarem nas eleições de 2022.
Não é segredo para ninguém que o deputado estadual Homero Marchese (Pros) tem alinhamento e afinidade com os amigos, os deputados federais, Paulo Martins e Filipe Barros.
Paulo Martins é o responsável direto do atual mandato de Homero Marchese, que chegou ao poder após dobradinha nas eleições de 2018. Filipe Barros assim como Martins, apoiaram a candidatura de Homero Marchese para prefeito de Maringá. Homero fez apenas 18,85% dos votos válidos e foi derrotado pelo seu grande rival, o atual prefeito Ulisses Maia que venceu as eleições de 2020 já no primeiro turno com quase 60% dos votos válidos.
Luiz Nishimori é o único deputado de Maringá que votou a favor da LDO com fundão de R$ 6 bilhões para partidos políticos gastarem nas eleições.
Dos 04 deputados federais de Maringá, o deputado federal Luiz Hiloshi Nishimori (PL), foi o único que votou pelo aumento do fundão para quase R$ 6 bilhões. O fundão é a verba que o governo federal destina para os partidos realizarem gastos durante as eleições.
Não seria surpresa para ninguém, já que o deputado Nishimori que é um agricultor, também foi relator do projeto de aumento de venenos na área agrícola.
“Lula não consegue comprar uma pinga no botequim que vai ser vaiado”, disse hoje, em entrevista à Rádio Itatiaia, de Belo Horizonte, numa variante do que volta e meia fala.
Não é uma opinião, é uma voz de comando.
Ele prepara as suas falanges, mesmo em estado minguante, para agredir e fornecer “provas” de que ainda tem o controle de massas e que o ódio a Lula permanece nos patamares que o fizeram ser eleito em 2018.
Meia dúzia de fanáticos provocadores podem, em meio a centenas de pessoas , criar um clima de provocação e até de violência.
Quanto mais se apequena, mais brutal vira o bolsonarismo. Já há poucos, ou nenhum, inocente entre eles.
É como se fará a “narrativa” – neologismo da moda entre bolsonaristas para substituir mentiras e armações – de que as pesquisas são falsas e que não há o maciço apoio ao candidato que encarna a oposição ao presidente.
Claro que a rua, seu ambiente natural, será importante para Lula, mas é evidente que, agora, é tempo de não entrar nas armadilhas que lhe prepara Bolsonaro.
Tudo o que ele deseja é conflito, pancadaria e, se possível, uma brutal ação policial que, exceto pelos acontecimentos de Pernambuco, até agora tem se conseguido evitar.
À medida em que já não pode mobilizar, caminha para provocar e manter, no grito, o ódio do qual se alimenta.