Que justiça social pode haver em um país onde 1% da população tem 50% da renda nacional e 99% fica com a outra metade? É ou não é uma concentração criminosa?
Por falta de tempo parei de atualizar este blog. Agora estou no blogdomessias.com.br que atualizo diariamente. Te espero lá.
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Hoje, na Folha de S. Paulo, há um destes retratos do Brasil de hoje que dói fundo na alma.
Bruna Pereira vai conversar com moradores pobres de Cuiabá, capital do Mato Grosso, terra do próspero agronegócio, que se promove como “pop” na televisão, que fazem fila diante de um açougue piedoso que distribui o restos do desossamento de bois – ou outros o vendem – nos quais lascas de carne e gordura vão alimentar a eles e aos filhos.
Nada perto da “Picanha do Mito”, carne de gado da raça wagyu, de origem japonesa, aquela dos 1.799,99 o quilo dos churrascos presidenciais, mas o que lhes podem dar, o osso na sopa.
A repórter, aparentemente jovem, não vê o gancho da reportagem, que vem lá ao final do texto: Mato Grosso tem 10 bois para cada ser humano, mas muitos deles não têm direito sequer a um fiapo de carne.
Mas conta que a carne só sobe de preço, por conta das exportações em alta.
Criar cotas de exportação – como fazem outros países quando seus produtos disparam nos mercados de commodities, estabelecem cotas de exportação, garantindo produto para o mercado interno – nem pensar. É coisa de comunista, porque é o mercado que se regula, ainda que isso deixe gente disputando restos de ossos.
1 - O que está acontecendo em Cuba de tão especial pra falarem tanto?! Houve uma passeata. Inclusive vi o presidente de Cuba na passeata, conversando com as pessoas. Cuba já sofre 60 anos de bloqueio econômico dos EUA, ainda mais com a pandemia, é desumano.
2 - Já cansei de ver faixa contra Lula, contra Dilma, contra o Trump... As pessoas se manifestam. Mas você não viu nenhum soldado em Cuba com o joelho em cima do pescoço de um negro, matando ele... Os problemas de Cuba serão resolvidos pelos cubanos.
3 - Se Cuba não tivesse um bloqueio, poderia ser uma Holanda. Tem um povo intelectualmente preparado, altamente educado. Mas Cuba não conseguiu nem comprar respiradores por causa de um bloqueio desumano dos EUA.
4 - Os americanos precisam parar com esse rancor. O bloqueio é uma forma de matar seres humanos que não estão em guerra. Do que os EUA tem medo? Eu sei o que é um país tentando interferir no outro.
5 - O Biden deveria aproveitar esse momento pra ir a televisão e anunciar que vai adotar a recomendação dos países na ONU de encerrar esse bloqueio.
UOL, em Cuiabá 16/07/2021.
Pessoas se enfileiram em frente a um açougue no bairro CPA 2, na periferia de Cuiabá, para conseguir levar para casa pedaços de ossos doados pelo estabelecimento.
Trata-se dos restos do processo de desossa do boi.
Nesses pequenos pedaços...
- Veja mais em https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2021/07/16/fila-acougue-cuiaba-doacoes-ossos.htm?utm_source=twitter&utm_medium=social-media&utm_content=geral&utm_campaign=uol&cmpid=copiaecola
Nesse sábado, 17, dezenas de famílias se amontoaram em uma fila em frente a um açougue, em Cuiabá, para pegar ossos que estavam sendo distribuídos gratuitamente.
O fato é chocante por si só. Mas a gravidade é intensificada, quando se sabe que a capital matogrossense também é a capital do agronegócio.
Mato Grosso é o maior produtor de gado bovino do Brasil. No entanto, a população empobrecida tem de disputar ossos para matar a fome.
Desde que Bolsonaro assumiu o poder, a mesa dos pobres ficou cada vez mais vazia.
O preço dos alimentos disparou. No acumulado de um ano até maio, o óleo de soja havia subido 82%, o arroz 56%, a carne 35%.
Pés de frango e ovos ganharam destaque no cardápio dos pobres, por terem preços mais acessíveis.
A situação é alarmante quando se constata que até mesmo o tradicional prato de arroz com feijão está ameaçado.
Nos últimos meses, muitas famílias têm buscado nas gôndolas dos supermercados pacotes com fragmentos de arroz, alimento antes destinado ao consumo animal.
Um atentado à dignidade humana, ainda mais em um país em que seu presidente da República gasta milhões com supérfluo para rechear a despensa.
No ano passado, Bolsonaro gastou R$ 1,8 bilhão para forrar os convescotes do governo e das Forças Armadas. Só com refrigerentes foram gastos R$ 31,5 milhões, com iogurtes naturais, R$ 21,4 milhões, com leite condensado, R$ 15,6 milhões, com bacon defumado, R$ 7,1 milhões e com vinhos, R$ 2,5 milhões.
Mas a lista de mimos é grande. O governo gastou, por exemplo, R$ 2,2 milhões para comprar chicletes.
Enquanto isso, milhares de famílias não tinham o que colocar na panela e passaram a ter a rua das grandes cidades como leito.
Do lado de fora da realidade paralela do Palácio e dos quarteis, pobres não tinham dinheiro nem para comprar o botijão de gás, que subiu 21% no período. O número de acidentes por queimaduras disparou. O álcool passou a ser consumido, mas para fazer chama na lenha que cozinha os ossos distribuídos à população.