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Menos, professor, menos!!!

Vi hoje cedo no programa do Gilson Aguiar (Record) uma entrevista do diretor do CODEM, porofessor Gilberto Pavanelli. O assunto era Região Metropolitana de Maringá. A impressão que o ex-reitor da UEM passa é de que a RMM, criada por lei estadual do deputado Joel Coimbra em 1998 e implantada por ato administrativo do governador Roberto Requião em fevereiro de 2006, é um braço do Conselho de Desenvolvimento Econômico de Maringá que por sua vez, é um braço da Associação Comercial, a ACIM. A Coordenação da Região Metropolitana (COMEM) é, pelo menos teoricamente, uma secretaria de estado, e existe para pensar e colocar em prática, políticas públicas afetas aos 12 municípios que da mesma fazem parte.
O X dessa questão é que nenhum dos municípios do entorno de Maringá devem estar subjugado aos interesses da cidade-polo, que é exatamente o que o CODEM defende. Afinal, trata-se de um órgão que, embora ligado ao PIB local, recebe verbas do tesouro municipal, abocanhando, conforme lei aprovada pela Câmara de Vereadores, 2% do orçamento de Maringá.
Portanto, não faz sentido o CODEM se apoderar da COMEM, para atuar regionalmente mas com seu foco inteiramente voltado para o desenvolvimento da cidade-polo, que é Maringá. Entre os absurdos que ouvi do professor Pavanelli está a questão da integração do transporte coletivco entre Maringá e as cidades conurbadas de Sarandi e Paiçandu. Ele afirmou taxativamente que a integração proposta lá atrás pelo coordenador da RMM não foi implementada por que implicava em custos para o município de Maringá. Ora, professor, esse foi o discurso do prefeito Silvio Barros II para justificar a sua má vontade com a proposta do governo do Estado em criar um Conselho Metropolitano de Transportes, que se encarregaria de estudar formas de fazer a integração, visando eliminar o pagamento do segundo embarque para moradores de Sarandi e Paiçandu.
Houve resistência das empresas (todas do mesmo grupo) que operam nas três cidades. Logo, houve resistência da "administração cidadã" , que inventou essa balela de que se a integração ocorresse o maringaense é que pagaria a conta.
O CODEM, na voz de Pavanelli assimilou direitinho o discurso e defende, portanto, um modelo de integração que favoreça Maringá e a empresa, deixando a população em segundo plano.
Essa história de que a integração só beneficiaria Sarandi e Paiçandu é outra falácia. Ora,ora, quem é que paga o passe dos passageiros de Sarandi e Paiçandu que trabalham em Maringá? Os empregadores de Maringá, certo? Então professor Pavanelli, se atenha a este fato concreto antes de defender interesses da concessionária e do grupo político que manda em Maringá atualmente.
A propósito: estranha que na época em que o coordenador da RMM, João Ivo Caleffi buscava apoios para o passe integrado entre as tres cidades, a ACIM não só assinou um ofício apoiando a iniciativa como defendeu abertamente a integração, pois ela beneficiaria diretamente as empresas maringaenses que possuiam grandes contingentes de empregados residentes em Sarandi e Paiçandu.
Outra coisa que o professor Pavanelli falou no programa foi sobre o trem de passageiros, cujo projeto ele disse ter surgido no CODEM. Que piada, ehim professor!
Só lembrando que a volta do trem de passageiros entre Maringá e Londrina é uma velha discusasão, que se arrasta há anos. O então candidato Roberto Requião chegou a incluir no seu programa de governo em 2006. Bem antes disso o BNDES já havia feito um estudo de viabilidade na região e constatou que esse tipo de transporte teria grande viabilidade econômica.
Não entendo porque essa compulsão do CODEM em se apoderar de bandeiras que não são suas, embora acho que a entidade tenha o direito, e até o dever, de apoiá-las.

Comentários

Marta Bellini disse…
É que o CODEM não tem ideias. Então, apropria-se das de outros.
Anônimo disse…
Caro Messias,o CODEM só confirma ser um braço de atuação da "famiglia" Barros, por isso quer a COMEM.
Anônimo disse…
Caro Messias. Cada palavra dita por você representa a exata medida da verdade. Ou seja, a COMEM não deve e não pode ficar atrelada aos interesses do município pólo, pois se há algum avanço na institucionalização de fóruns e políticas metropolitanas é justamente desconcentrar o poder e a riqueza que estão nos domínios dos pólos metropolitanos e agregar a população que está nos seus entornos. Ou seja, se é para louvar Maringá, os atores locais já são exageradamente competentes para isso e não precisamos de mais um cuja atribuição não é essa.
Ana Lúcia Rodrigues

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