Ziraldo vai vestir o fardão da Academia Brasileira de Letras. Mas a Academia perdeu muito da sua mística após admitir Getúlio Vargas, deixando revoltados intelectuais como Sérgio Buarque de Holanda, Gilberto Freyre e Carlos Drummont de Andrade, que exatamente por isso nunca aceitaram participar de qualquer eleição para ocupar qualquer dadeira na ABL. Sobre isso escreve Hélio Fernandes:
"Em plena ditadura do Estado Novo, (tão cruel e torturadora quanto a de 1964 ou até mais) o ditador Vargas fez saber que pretendia entrar para a Academia. (Essa comunicação foi feita por intermédio de Lourival Fontes, diretor do DIP, que comandava a censura à imprensa).
Vargas jamais escreveu coisa alguma, se apresentou como candidato com os 10 volumes dos “Discursos”, nenhum escrito por ele. Assim mesmo foi eleito facilmente, era a época em que jornalistas e escritores, (que dominavam a Academia) gozavam das delícias dos empregos públicos, pródigos e valorizados. (Ainda não se vivia de escrever, fosse em jornais ou em livros).
A repercussão negativa foi terrível. Três dos principais intelectuais daquela época, (e chegaram até hoje) Sergio Buarque de Holanda, Gilberto Freyre e Carlos Drummond de Andrade, protestaram com veemência, não admitiam que a Academia se vergasse daquela forma a um ditador atrabiliário.
Revoltados, fizeram um “pacto pessoal”, que repercutiu fortemente, embora a imprensa fosse abertamente ligada à ditadura. (Como aconteceria em 1964, e como se repetirá sempre, com as naturais restrições de alguns, que honram a humanidade).
Por esse acordo, Sergio, Freyre e Drummond assumiam o compromisso de “jamais entrarem para a Academia”, e não entraram mesmo, apesar dos seguidos convites e insinuações, pois eram naturalmente invencíveis na disputa de qualquer vaga".
"Em plena ditadura do Estado Novo, (tão cruel e torturadora quanto a de 1964 ou até mais) o ditador Vargas fez saber que pretendia entrar para a Academia. (Essa comunicação foi feita por intermédio de Lourival Fontes, diretor do DIP, que comandava a censura à imprensa).
Vargas jamais escreveu coisa alguma, se apresentou como candidato com os 10 volumes dos “Discursos”, nenhum escrito por ele. Assim mesmo foi eleito facilmente, era a época em que jornalistas e escritores, (que dominavam a Academia) gozavam das delícias dos empregos públicos, pródigos e valorizados. (Ainda não se vivia de escrever, fosse em jornais ou em livros).
A repercussão negativa foi terrível. Três dos principais intelectuais daquela época, (e chegaram até hoje) Sergio Buarque de Holanda, Gilberto Freyre e Carlos Drummond de Andrade, protestaram com veemência, não admitiam que a Academia se vergasse daquela forma a um ditador atrabiliário.
Revoltados, fizeram um “pacto pessoal”, que repercutiu fortemente, embora a imprensa fosse abertamente ligada à ditadura. (Como aconteceria em 1964, e como se repetirá sempre, com as naturais restrições de alguns, que honram a humanidade).
Por esse acordo, Sergio, Freyre e Drummond assumiam o compromisso de “jamais entrarem para a Academia”, e não entraram mesmo, apesar dos seguidos convites e insinuações, pois eram naturalmente invencíveis na disputa de qualquer vaga".
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