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A dívida social de Maringá para com Sarandi

Denuncia o Blog do Gauchão que caminhões de Maringá estão levando lixo para Sarandi e voltam carregados com terra, "roubada" dos fundos do bairro São José. Segundo o blogueiro, "máquinas ficariam escondidas no matagal, aguardando os caminhões".
Aproveito o gancho da nota para lembrar pela enésima vez que Sarandi precisa se mobilizar e forçar a Coordenação da Região Metropolitana a iniciar um grande debate sobre o papel de Sarandi enquanto cidade dormitório de Maringá e sobretudo, a monstruosa dívida social que a cidade-polo tem para com o vizinho município (conurbado). Não é possível que continuemos fechando os olhos para a realidade cruel que ajudamos a construir em Sarandi ao longo dos anos, por meio de uma política de exclusão social implementada aquí.
Sarandi tem hoje perto de 100 mil habitantes, é a cidade de maior crescimento vegetativo do Paraná, mas a maioria da população que lá mora, que usufrui dos equipamentos públicos do município, trabalha em Maringá e , invariavelmente, gasta aquí na "cidade canção" grande parte do seu suado dinheirinho.
A discussão que se propõe não cabe o xenofobismo de fundo de quintal que muitos aquí alimentam. Quando o distrito foi emancipado de Marialva há tres décadas e virou município por lei estadual de autoria do deputado Antônio Facci (in memoriam), loteadoras de Maringá cresceram os olhos e foram abrindo loteamentos ao Deus dará, sem nenhuma infra-estrutura. Os terrenos foram vendidos aos magotes e a preços populares, com promessas de asfaltamento para no máximo um ano. O asfalto não chegou, a rede de água surgiu de maneira precária e esgotamento sanitário, nem pensar. Por conta dessa febre imobiliária, as administrações municipais de Maringá trataram de promover, com muito artificialismo, uma política de especulação imobiliária perversa, levando centenas de moradores do Jardim Alvorada, Vila Operária e outros bairros, a venderem suas propriedades e partirem para o novo "el dorado". O resultado é que Sarandi hoje é uma cidade cheia de problemas de infra-estrutura, quase insanáveis.
Por essas e outras é que sempre digo que Maringá tem muita culpa neste cartório. O mínimo que os gestores locais deveriam fazer, é respeitar mais a população de Sarandi, encabeçando ações políticas que facilitem o carreamento de recursos para Sarandi e ajudando a viabilizar projetos metropolitanos como a integração do transporte coletivo, via passe eletrônico e fazendo parcerias que viabilizem obras na divisa, como a que João Ivo e Cido Spada fizeram na ligação do Bertioga com o Parque São Pedro.

Comentários

Anônimo disse…
Caro Messias, parabéns pelo seu comentário, realmente Maringá tem uma enorme dívida para com Sarandi.Só faltou dizer que o ex-prefeito Miltion mratini foi apoiado pelos Barros e também que o ex prefeito Cido Spada vendeu o lixão para um suposto "compadre" da PAJOAN, conseguindo abafar uma CPI na câmara de Sarandi(pois muitos veradores estariam envolvido envolvidos).A população de Sarandi tem que se manter atenta, pois ainda há muito "lixo" por debaixo do tapete.

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