MESSIAS MENDES

  "O Peru, evidentemente, não é o Brasil. Mas vale a pena prestar atenção no que está acontecendo por lá. Até porque se Fujimori tem uma filha, o tal de Jair tem três filhos que já estão na política. E o melhor a fazê-los seria acabar com eles politicamente agora para que não atormentem nossos filhos e netos nas próximas décadas". . Renato Rovai (jornalista/blogueiro)

  André Mendonça e   Augusto Aras, o primeiro, Advogado Geral da União e Augusto Aras,   Procurador Geral se estapeiam no “beija mão” do presidente pra ver quem ocupará a cadeira de Marco Aurélio Mello no STF. Bolsonaro não está nem aí para o “notório saber jurídico” exigido pela Constituição para o cargo e por isso deve indicar, entre Mendonça e Aras aquele que lhe der mais certeza de que, uma vez ministro do Supremo, lhe devotará mais lealdade. Isso explica o esforço de ambos para provar, a cada dia,   que Bolsonaro não terá do que se queixar, caso os indiquem para a mais alta corte do país. "Notório saber jurídico? Não me importo com isso daí, taokei?".

  "O coronavírus não é o único agente infeccioso que atormenta o Brasil. O inquilino do Planalto foi infectado por um vírus que elimina do organismo humano as enzimas que produzem o senso de ridículo". . Josias de Souza (UOL)

    A direita e o centro estão atordoados, sem saber pra que lado correr em 2022. Adorariam continuar com Bolsonaro, mas já perceberam que Bolsonaro é incompetente, inconsequente e descompensado. Olham para todos os lados e não enxergam um único nome palatável   que tenha condições de crescer e chegar encorpado às eleições. Poderia ser Ciro Gomes, que é intelectualmente preparado, mas emocionalmente instável e um poço até aqui de mágoa.   Isso explica as insinuações   de lideranças políticas mais conservadoras   em favor de uma aproximação a Lula. E o ex-presidente, que não é bobo nem nada, acena a bandeira branca, porque também sabe que sem uma ampla aliança de esquerda, com o centro e até com a direita civilizada, será difícil derrotar Jair Messias, que ainda preserva um percentual considerável de fanáticos seguidores e que, ancorado por uma possível recuperação da economia e políticas compensatórias de última hora, certamente dará muito trabalho nas urnas   no ano que vem. Ima

  Após um irresponsável  passeio de motos e uma criminosa aglomeração o capiroto invocou seu Santo nome em vão para atacar de onipresente junto ao seu gado: "Onde quer que vocês estejam eu estarei no meio de vocês". 

  "Nenhum vietcongue jamais me chamou de negro, nenhum deles jamais me fez mal algum. Poderia o exército me oferecer toda a riqueza da América, e de nada ela valeria se eu fosse ao Vietnã assassinar pessoas de cor, como eu"   . Muhammad Ali.  

  Não se trata de defender ou levantar aqui a bola do Lula, mas fatos são fatos e todos sabem, contra fatos não há argumento. Durante seus dois governos, Lula esteve em todas as reuniões do G-20 e como convidado, participou nas do G-7. E vamos lembrar que sempre teve presença destacada entre os líderes das grandes nações, ao ponto de ser chamado de “o cara”       por Barack Obama. Hoje tem conferência do G-7 ( Reino Unido, Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão e Estados Unidos), na Baía de Carbis, na Cornualha. Lá estarão , na condição de convidados, líderes dos demais países que integram o grupo das 20 principais economias do mundo. Mas o Brasil não foi convidado, porque tem um presidente que a comunidade   internacional considera um pária.

  O governo federal gastou com campanhas de divulgação da vacina só 6,2% do total gasto com mídias para propagar o tratamento precoce, cloroquina à frente. Esse dado já está na CPI da Covid e é um dos fatos que vai esquentar as próximas reuniões da comissão. Nunca é demais lembrar que de março de 2020 a março de 2021 as farmácias privadas venderam mais de 50 milhões de comprimidos do "Kid Covid", a maioria cloroquina. Será que o presidente atuou como garoto propaganda do medicamento só por crença na eficácia do ineficaz?  

  “O Brasil está na mão de um ditator que conseguiu impor comportamento idiota em um país tão inteligente”. Quem disse isso foi o sociólogo italiano Domenico De Maisi, que no fundo, no fundo, considera que Bolsonaro está imbecilizando a sociedade brasileira.

 O vídeo de uma reunião com médicos e conselheiros do presidente sugerindo a não compra de vacina e a disseminação da cloroquina é a prova cabal e definitiva de que o governo Bolsonaro é o grande responsável pelos quase 500 mil mortos e milhões de infectados pelo coronavírus. A CPI agora deve direcionar seu foco para a suspeita de corrupção na venda absurda do medicamento que tem zero de eficácia no tratamento da Covid. Lá na frente vamos ver que já há elementos para impeachment e cadeia.

 Sempre ouvi dizer que decisão judicial não se discute, se cumpre. Por isso,não há que se questionar as liminares cedidas a grandes supermercados de Maringá que insistem em abrir aos domingos, apesar do caos sanitário que a cidade vive, com 100% dos leitos de UTI ocupados. Não discuto também, mas fico indignado com tanta falta de humanidade, de quem abre e de quem permite que abram.

  Bolsonaro foi à TV ontem à noite e em 5 minutos (nem lendo ele consegue falar mais do que isso) despejou um caminhão de mentiras e deu um show de sentimentos falsos. Sobre o pronunciamento, membros da CPI, os do chamado G7, emitiram a seguinte nota: “A inflexão do Presidente da República celebrando vacinas contra a Covid-19 vem com um atraso fatal e doloroso. O Brasil esperava esse tom em 24 de março de 2020, quando inaugurou-se o negacionismo minimizando a doença, qualificando-a de ‘gripezinha’. Um atraso de 432 dias e a morte de quase 470 mil brasileiros, desumano e indefensável. A fala deveria ser materializada na aceitação das vacinas do Butantan e da Pfizer no meio do ano passado, quando o governo deixou de comprar 130 milhões de doses, suficientes para metade da população brasileira. Optou-se por desqualificar vacinas, sabotar a ciência, estimular aglomerações, conspirar contra o isolamento e prescrever medicamentos ineficazes para a Covid-19. A reação é consequência do tra

  O Norte e o Nordeste produzem muito mais energia do que consomem. O Sul e o Sudeste consomem muito mais do que produzem. Não fosse o excedente da parte de cima do mapa, os apagões seriam uma rotina por aqui.   Os problemas que surgem, como o de sexta-feira, decorrem menos da produção e mais da distribuição. O sistema de distribuição é que é mal enjambrado e leva o país a um desperdício enorme de energia elétrica. Não pensem que a privatização da Eletrobras vai melhorar o quadro. Muito pelo contrário.   Especialistas do setor dizem que a solução seria investimentos pesados do governo federal no Sistema Interligado Nacional. De Temer pra cá, o país não investiu um só níquel no SIN. Também não investiu em energias alternativas, como a eólica e a solar. Com os baixos níveis dos reservatórios das hidrelétricas, a tendência é que tenhamos que pagar a conta da produção por termo-elétricas e da importação de energia da Argentina e do Uruguai. Bem, a energia elétrica é apenas um entre os

  O que está acontecendo com as PMs de vários estados brasileiros ? O que houve em Recife durante as manifestações de   sábado foi criminoso. Dois trabalhadores, que nem na manifestação estavam, levaram tiros de balas de borracha nos olhos ambos   perderam uma das vistas. Em Goiania dois PMs apontaram armas, prenderam e humilharam um eletricista que fazia malabarismos de bicicleta em um descampado. Em São Paulo, do nada um PM lascou  um soco na cara de um rapaz negro. Sabe o que parece? Parece que está em andamento o projeto do Bolsonaro de se apoderar da PM, porque dificilmente poderá contar com o Exército para dar o golpe pretendido, mas com a PM em suas mãos, tudo ficará mais fácil. Bolsonaro quer um banho de sangue nas ruas para justificar   um endurecimento, a partir da agressão à Constituição Cidadã. Quem vai parar esse fascista?

  Bolsonaro apostou criminosamente na imunidade de rebanho e levou o país a quase meio milhão de mortos até agora. Segundo o senador baiano Otto Alencar, a CPI da pandemia já tem provas mais do que suficiente para responsabilizar o presidente pelo caos sanitário em que o Brasil se transformou.

  A mágoa e o ressentimento do ex-governador (cassado) do Rio, Wilson Witzel, apavoram Bolsonaro. Witzel, um personagem horripilante do bolsonarismo, até cair em desgraça, vai depor na CPI da Covid, disposto a vomitar tudo o que sabe sobre a atuação nefasta do presidente na pandemia. O chão dos palácios do Planalt o e da Alvorada vão tremer.

  O argumento dos organizadores dos protestos de hoje contra o coiso é que os protocolos foram obedecidos. Usaram máscara? Vá lá. Álcool em gel? Vá lá. Mas e o distanciamento que é tão fundamental nesses dias tenebrosos foi possível ? Não tem como manter distanciamento no meio de multidões. É   importante ir às ruas protestar contra o genocida? Claro que é. A voz das ruas é poderosa. Mas o momento é inadequado. Os bolsonaristas aglomeram e zombam do coronavírus desde sempre.   Desdenham dos mortos, fazem pouco do sofrimento das famílias dos infectados, inclusive (pasmem) dos que foram a óbito. Mas as centrais, os movimentos sociais e os partidos de esquerda não podiam se dar ao   desplante. Lamentável.

  Na medida em que 2022   se aproxima,   marqueteiros do Planalto vão dando um jeito de tornar   vítima o algoz da população brasileira nessa pandemia. Quando o Brasil acelerar mais a vacinação, o que vai acontecer apesar do presidente, ele tentará por todos os meios capitalizar o benefício que sempre negou ao país. Caberá à parte séria da mídia e à oposição, atuar com competência para não deixar que o cinismo tenha êxito. Hoje, o povo brasileiro precisa de duas vacinas: a da Covid e a de combate às fake news gestadas diariamente no gabinete do ódio, a nova central do cinismo.

  Bolsonaro bate nos governadores dia sim e dia também. Agora mesmo está indo ao STF tentar anular os decretos de restrição em vários estados, por conta do avanço da pandemia. Como ele quer mais é que o povo se infecte e morra, pisa na garganta até de aliados como Ratinho Júnior, que pelo jeito, sofre da Síndrome de Estocolmo. Pra quem não sabe, a Síndrome de Estocolmo é um estado psicológico de que é tomada a vítima submetida à intimidação, ao medo, à tensão e até a agressões e de repente, passa a ter um sentimento de amor e amizade pelo agressor.  

  O site The Intercept Brasil publica uma reportagem (coisa só possível no jornalismo investigativo) que desqualifica de vez a atuação midiática da Lava-Jato. Foi muita fumaça pra pouco fogo. Muitos processos montados em cima de provas tão frágeis quanto o saber jurídico da então estrela Sérgio Moro. A matéria faz referência ao livro “A Organização”, da jornalista Malu Gaspar, que relata o desconforto da Polícia Federal com o show circense que fizeram pra cima da Odebrecht , contra a qual a PF já havia levantado todas as falcatruas. Era só o MP ter acolhido as provas levantadas e tocado o barco, sem a necessidade daquele circo armado na República de Curitiba. Diz o The Intercept que “ a megadelação produziu, até hoje, mais inquéritos engavetados do que ações penais. Por ordem de juízes ou a pedido do próprio Ministério Público, pelo menos 77 casos foram arquivados ainda na fase de investigação – mais de um quarto do total. E quatro denúncias que chegaram à justiça acabaram rejeitadas”