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A promiscuidade em CinemaScope

Vamos para mais um pleito sem novidades no viciado processo eleitoral. O governo mandou um arremedo de reforma política para o Congresso Nacional mas o projeto já tomou o caminho do arquivo morto na Câmara dos Deputados. Um dos absurdos propostos era o voto em lista fechada, o que convenhamos, acabaria com qualquer possibilidade de sangue novo em eleições proporcionais. Vamos imaginar, por exemplo, o PP do Paraná montando o seu quadro de candidatos a deputado em 2010. Com o esquema de lista fechada, quem entraria que os cabeças do partido não quisessem? O PP é apenas um exemplo, porque a exclusão se daria em todos os chamados partidos grandes. Talvez não nos pequenos que,ao contrário, lutam sempre para completar suas listas de candidatos.
O lamentável nesse arquivamento é o enterro prematuro do financiamento público de campanha. Não é possível que a democracia brasileira vá conviver ainda por muito tempo com a promiscuidade do caixa 2, que volta e meia crucifica um detentor de mandato, apenas como forma de dar satisfação à sociedade. Ou mesmo em casos de doaçõe legais, em que o eleito fica refém de seus financiadores, seja qual for seu calibre moral e ético.
O financiamento público por si só não poria um fim nesse caldo de cultura mal cheiroso, mas significaria um passo importante no caminho da moralização do processo eleitoral. Para a maioria das lideranças políticas do país, o financiamento público é desinteressante, como é desinteressante para muitas empresas e empresários que doam dinheiro por baixo do pano.
Então é assim: quando você assiste a um filme ruim e não quer sair antes do the end, surge do além a voz do inesquecível Zé Vasconcelos para lhe dizer em tom debochado:"Calma, o cavalo do mocinho vai demorar para sair da tela, pois o filme é em cinemascope".

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Representação absurda

"Os conselheiros do Tribunal de Contas do Paraná julgaram improcedente a denúncia contra o ex-prefeito de Maringá, João Ivo Caleffi (PMDB), e o ex-presidente do Serviço Autárquico de Obras e Pavimentação, Valdécio de Souza Barbosa, oriunda da 2ª Vara Cível. Eles foram acusados de descontar contribuições dos servidores e não repassar de imediato à Caixa de Assistência, Aposentadoria e Pensão dos Servidores Municipais (Capsema) e o Ministério Público queria a devolução do dinheiro e multa. O TCE entendeu que não houve má-fé ou dolo na conduta da prefeitura e do Saop. Na justiça comum, o ex-prefeito também teve ganho de causa". . Do blog do Rigon PS: a representação contra o ex-prefeito e o então presidente do Saop foi feita junto ao Ministerio Publico pela diretoria da Capsema. E sabem por que? Porque em dezembro de 2004, a Prefeitura estava com o caixa vazio e o prefeito precisava pagar o funcionalismo, inclusive o 13º. Aí usou o dinheiro que deveria repassar para a Capsema