Pular para o conteúdo principal

A promiscuidade em CinemaScope

Vamos para mais um pleito sem novidades no viciado processo eleitoral. O governo mandou um arremedo de reforma política para o Congresso Nacional mas o projeto já tomou o caminho do arquivo morto na Câmara dos Deputados. Um dos absurdos propostos era o voto em lista fechada, o que convenhamos, acabaria com qualquer possibilidade de sangue novo em eleições proporcionais. Vamos imaginar, por exemplo, o PP do Paraná montando o seu quadro de candidatos a deputado em 2010. Com o esquema de lista fechada, quem entraria que os cabeças do partido não quisessem? O PP é apenas um exemplo, porque a exclusão se daria em todos os chamados partidos grandes. Talvez não nos pequenos que,ao contrário, lutam sempre para completar suas listas de candidatos.
O lamentável nesse arquivamento é o enterro prematuro do financiamento público de campanha. Não é possível que a democracia brasileira vá conviver ainda por muito tempo com a promiscuidade do caixa 2, que volta e meia crucifica um detentor de mandato, apenas como forma de dar satisfação à sociedade. Ou mesmo em casos de doaçõe legais, em que o eleito fica refém de seus financiadores, seja qual for seu calibre moral e ético.
O financiamento público por si só não poria um fim nesse caldo de cultura mal cheiroso, mas significaria um passo importante no caminho da moralização do processo eleitoral. Para a maioria das lideranças políticas do país, o financiamento público é desinteressante, como é desinteressante para muitas empresas e empresários que doam dinheiro por baixo do pano.
Então é assim: quando você assiste a um filme ruim e não quer sair antes do the end, surge do além a voz do inesquecível Zé Vasconcelos para lhe dizer em tom debochado:"Calma, o cavalo do mocinho vai demorar para sair da tela, pois o filme é em cinemascope".

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Começou mal,muito mal

   Sergio Moro começou efetivamente sua vida de político neste sábado em Curitiba. Numa feira   no Juvevê   foi recebido com frieza pelo povo e ouviu muitos insultos. Chegou mudo e saiu clado, acompanhado de meia dúzia de assessores, inclusive uma cinegrafista. Ele disputa com Álvaro Dias, seu ex-fã e agora inimigo, a única vaga do Senado. Chances de vitória? Tem, mas são pequenas, pra não dizer, quase zero.  

Demora, mas chega...

 Estou ansioso pelo blog, que está demorando por conta da demanda de trabalho da equipe que está montando. Hoje recebi a notícia de que está sendo finalizado e entra no ar ainda esta semana. Pretendo atualizá-lo o tempo todo - de manhã, de tarde e de noite.