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Que a Hisória julgue a todos

Reformaram o prédio da Clínica do Dr. Valdir Coutinho; a ferroviária já tinha dançado na gestão Ricardo Barros (1989/1992); o prédio da Cia Melhoramentos foi reformado (restauração é outra coisa) e está descaracterizado; o Bandeirantes Hotel se sustenta em cima de um tombamento que, pelo que fiquei sabendo, querem revogar (se isso for possível) para outro grande empreendimento imobiliário. Maringá é uma cidade sem memória, dirigida por administradores absolutamente descompromissados com o seu passado. E se são descompromissados com o passado, também não têm compromisso com o presente e muito menos com o futuro. A observação feita pelo Rigon, sobre os imóveis alugados em que a família Barros mora é um detalhe prosaico mas se pensarmos bem, tem um grande significado.

Derrubada a rodoviária velha, que monumento histórico nos restará? Será que os setores organizados da cidade, pelo menos os ligados à cultura, não vão se levantar contra isso? Até quando vão tratar Maringá como uma propriedade particular, como uma cidade voltada apenas para a especulação imobiliária e para os valores de mercado?

Tive ao longo da vida sérias restrições à maneira do Dr. João Paulino administrar Maringá, talvez pelo seu jeito mandão, truculento às vezes (caso da destruição da Favela Cleópatra), mas hoje reconheço que ele foi muito importante para estruturação da cidade. Lembro, a propósito, que foi João Paulino que recompôs aquela pracinha em forma de triângulo existente alí ao lado do Mc Donald. O prefeito Silvio Barros I destruiu a praça para fazer o prédio da Câmara Municipal. Quando JP assumiu a prefeitura em seu segundo mandato , sucedendo Silvio em 1977, sua primeira providencia foi demolir a obra em andamento e recompor a praça. O Dr. Adriano, recentemente falecido, tinha uma sensibilidade e uma visão de futuro muito grande. Fez o Parque do Ingá, sem admitir que ao calçar as ruas internas com as pedras irregulares retiradas do centro da cidade, se cortasse uma árvore se quer lá dentro do bosque, exceto aquelas que seriam encobertas pelo lago.
Vendo o prédio da rodoviária velha ser depenado pela equipe do secretário Vagner Mússio, pensei nessas coisas. Lembrei com saudade do Dr. Adriano e do Dr. João Paulino Vieira Filho, que tinham compromissos verdadeiros com a cidade, como há de se reconhecer que tinham também Said Ferreira, José Cláudio e João Ivo. E mais lá atrás, tinham compromisso com Maringá o seu primeiro prefeito Inocente Vilanova Júnior, o segundo, Américo Dias Ferraz e o quarto, Luiz Moreira de Carvalho.

Um dia os exterminadores do passado e do futuro terão um julgamento justo da História. Ah se terão!

Comentários

...sim, terão!

Aí esses pica-paus-de-bico_de_ferro irão para Minas Gerais, Bahia, Maranhão, Rio Grande do Norte, et ceteras outros lugares que preservam a história, conhecer os prédios históricos de lá. E então exaltarão muitos "Que beleza!!", a todo instante...

Quiçá na volte um desses pica-paus-de-bico-de-ferro a assumir uma pasta de turismo amazônica, já que lá a mata ainda é imensa?...

Valei-me meu São Serapião, protetor dos órfãos.
Anônimo disse…
A falta de respeito com as edificações explicita o desrespeito à memória e à história de cada cidadão maringaense. Todos têm, ao menos, um momento de sua vida associado à velha e querida rodoviária. Foi ali que chegamos e foi dali que partiu alguém que nunca mais veremos. A abandonada rodoviária é a testemunha de muitas das nossas lágrimas solitárias de adeus; foi lá que nossas mães e pais ou nossos avôs e avós começaram a namorar; foi ali que, dizem, o Che Guevara esteve por 15 minutos. Foi ali ... foi ali.... foi ali muito de nossa vida privada e, principalmente, da vida pública desse povo de Maringá. Mas, estamos sendo muito pouco incisivos quando dizemos que "a rodoviária será demolida". Precisamos dizer assim: O prefeito Sílvio Barros está demolindo a rodoviária! Vamos colocar o sujeito que é o protagonista dessa ação, sob pena de parecer que as coisas acontecem do nada. E, principalmente essa ação se associa a causas pouco nobres e nada republicanas. Ana Lúcia Rodrigues

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