Na medida em
que 2022 se aproxima, marqueteiros do Planalto vão dando um jeito
de tornar vítima o algoz da população
brasileira nessa pandemia. Quando o Brasil acelerar mais a vacinação, o que vai
acontecer apesar do presidente, ele tentará por todos os meios capitalizar o
benefício que sempre negou ao país. Caberá à parte séria da mídia e à oposição,
atuar com competência para não deixar que o cinismo tenha êxito. Hoje, o povo
brasileiro precisa de duas vacinas: a da Covid e a de combate às fake news gestadas
diariamente no gabinete do ódio, a nova central do cinismo.
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Brasília tem mais um ministério o ministério da mentira
Bolsonaro não disse uma verdade sequer durante toda a pandemia. Mentiu sobre os riscos da doença e sobre o que era preciso fazer para domá-la. Tentou, mas não conseguiu, obrigar o Ministério da Saúde a falsificar o número de mortos. Na falta disso, arranjou um antiministro, Eduardo Pazuello, que aceitasse mentir com ele. Parece que o novo ocupante do cargo, Marcelo Queiroga, vai na mesma linha – apesar de ser médico.
Mas Jair Bolsonaro não é vacina, é vírus: um ser replicante, que provoca inflamação de ódios, impede a oxigenação do país e acelera a morte dos brasileiros pela perda de sua humanidade e da capacidade de convívio em patamares civilizados.
Vírus do fascismo sempre circularam na sociedade, mas a democracia se mostrava suficiente como imunizante para contê-lo em níveis praticamente inofensivos.
Vivia nas periferias do estado, nas ações policiais que, como antigamente os bordéis eram, um “mal necessário” e nas franjas dos que se achavam com “direito a tudo”, como se fossem deuses mesquinhos, ungidos pelo poder do dinheiro.
Nunca, porém, de um projeto de poder selvagem do país – que já tinha perdido sua época mesmo antes do fim do regime autoritário nascido em 1964. Já no fim dos anos 70 a própria ditadura já havia puxado o freio da “distensão lenta, gradual, porém segura” – que tivesse a pretensão de se tornar majoritariamente apoiado.
Jair Bolsonaro, todos sabem, só se tornou possível porque a conjunção entre o golpismo político e a constituição de um “partido da Lava Jato” rebaixaram a imunidade democrática que continha a propagação do vírus fascista no organismo nacional.
Nos últimos seis anos, a duras penas, viemos recobrando nossa capacidade de resistir a esta contaminação generalizada, tanto entre as pessoas quanto nas instituições.
É preciso, porém, muito cuidado, porque o vírus ainda está forte e usa de todos os meios para reinfectar os corações e mentes que dominou por algum tempo.
É preciso usar máscaras antiprovocação e higienizar o cérebro do “já ganhamos” que leva a travar agora disputas que são legítimas mas não a prioridade do momento.
Só nos livraremos desta praga com a vacina do voto, se possível já na primeira dose e, se não, na dose de reforço do 2° turno.
Fora do poder o vírus vai parar de circular e, com o tempo, voltará a ser apenas uma cepa isolada.
Mas é só deixar a ânsia tomar conta da gente que a infecção oportunista, que se aproveita de quem acha que ela não oferece mais perigo, voltar e com efeito mortal.
Guedes e o Genocida (e seus apoiadores empresescravocratas) repetem sadicamente em poucos anos aquilo que os militares fizeram em duas décadas: retração brutal da economia, inflação (ou carestia) dos preços para os pobres e remediados, desemprego, concentração abissal da renda, endividamento, pobreza galopante, fome, miséria, precarização e que tais.