Ouvi certa feita o deputado Odilio Balbinoti dizer que não gostaria de ser candidato a prefeito de Maringá, porque gosta mesmo é de exercer o mandato parlamentar. Sua ação na Câmara Federal sempre foi voltada ao carreamento de verbas federais, via emendas parlamentares, para os municípios da sua base eleitoral. Esse tipo de trabalho, que torna o deputado uma espécie de despachante, garante ao detentor de mandato, vitórias permanentes (e subsequentes) nos pleitos que disputa. Se elege e se reelege quantas vezes quiser. E se tiver uma atuação pálida, de pouca ou quase nenhuma aparição na grande mídia, dificilmente será alvo de bombardeios investigatórios. Transita nos corredores do poder sem ser notado e, por conseguinte , sem ser incomodado. Odílio estava tranquilo, visitando quase que semanalmente as suas bases e colhendo os elogios e abraços decorrentes da pulverização das verbas que trazia para a região Noroeste do Paraná. Mas a partir do momento em que virou Ministro, a casa caiu. Moral da história: Odílio Balbinotti, a segunda maior fortuna da Câmara, era feliz e não sabia.
Sergio Moro começou efetivamente sua vida de político neste sábado em Curitiba. Numa feira no Juvevê foi recebido com frieza pelo povo e ouviu muitos insultos. Chegou mudo e saiu clado, acompanhado de meia dúzia de assessores, inclusive uma cinegrafista. Ele disputa com Álvaro Dias, seu ex-fã e agora inimigo, a única vaga do Senado. Chances de vitória? Tem, mas são pequenas, pra não dizer, quase zero.
Comentários
Já havia escrito quando o nome era apenas cogitação: Valeria a pena deixar os negócios só pela vaidade de ser Ministro? Claro que não.
Ou será que ele teria algum interesse escuso ao aceitar o cargo?
Pelo que sabemos não há denuncias, inclusive as costumeiras de exigência de pedágio na liberação das verbas, contra o Balbinoti.