Teve efeito de alguns megatons a notícia dada numa reunião de ruralistas no recinto da Expoingá ontem à tarde em que estiveram presentes o presidente da Sociedade Rural Brasileira e o explosivo deputado Lupion. É o seguinte: o governo federal estaria prestes a declarar o Paraná área livre de febre aftosa sem vacinação.
Significaria dizer que os pecuaristas não seriam mais obrigados a vacinar seu gado, mas em compensação o mercado da carne fica sob forte suspeita pelos compradores externos. Ou seja, num momento em que já tem muito boi passando do ponto de ser abatido nos pastos do Estado, a lei da oferta e da procura no mercado interno joga os preços lá pra baixo. E a carne do boi abatido aqui terá que ficar por aqui mesmo, ainda assim, correndo o risco de notícias atravessadas sobre possíveis contaminações do rebanho por febre aftosa,fazer a carne empacar também nos nossos açougues.
Os pecuaristas paranaenses, liderados principalmente pelos neloristas (o Nelore é 80% do gado de corte que entra no Paraná) estão em polvorosa. Semana que vêm estarão em caravana no Ministério da Agricultura, respaldados pela bancada ruralista no Congresso Nacional, Lupion e a senadora Kátia Abreu à frente.
Este é o Brasil das contradições, onde o paradoxo sobrevoa também os currais. Aqui o sem terra tem que matar um leão por dia pra sobreviver mas o pecuarista precisa pegar um touro a unha a cada manhã.
Êta país complicado, sô!
Significaria dizer que os pecuaristas não seriam mais obrigados a vacinar seu gado, mas em compensação o mercado da carne fica sob forte suspeita pelos compradores externos. Ou seja, num momento em que já tem muito boi passando do ponto de ser abatido nos pastos do Estado, a lei da oferta e da procura no mercado interno joga os preços lá pra baixo. E a carne do boi abatido aqui terá que ficar por aqui mesmo, ainda assim, correndo o risco de notícias atravessadas sobre possíveis contaminações do rebanho por febre aftosa,fazer a carne empacar também nos nossos açougues.
Os pecuaristas paranaenses, liderados principalmente pelos neloristas (o Nelore é 80% do gado de corte que entra no Paraná) estão em polvorosa. Semana que vêm estarão em caravana no Ministério da Agricultura, respaldados pela bancada ruralista no Congresso Nacional, Lupion e a senadora Kátia Abreu à frente.
Este é o Brasil das contradições, onde o paradoxo sobrevoa também os currais. Aqui o sem terra tem que matar um leão por dia pra sobreviver mas o pecuarista precisa pegar um touro a unha a cada manhã.
Êta país complicado, sô!
Comentários
Tem muita coisa escondida nessa história. Tenho algumas fontes entre os pecuaristas que me passaram informações surpreendentes. O Paraná, há muitos anos poderia ser declarado zona livre da febre aftosa sem vacinação. Isso está muito longe de ser ruim. É bom para a carne produzida no estado. Seriamos como Santa Catarina. Nossa carne seria valorizada e não depreciada como querem alguns líderes pecuaristas. Mas traria prejuízos a alguns grupos do setor que trazem bezerros do Paraguai, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso. Esses bezerros são engordados aqui e saem como sendo paranaenses. Sem a vacinação, esse negócio da China não poderia mais continuar.
acm