Os ministros militares não queriam deixar Jango assumir a presidência após a renúncia de Jânio. A elite brasileira e a classe média idiotizada também não queriam, porque suspeitavam ser João Goulart um comunista. Ainda mais que ele estava retornando da China, onde , em missão diplomática, esteve com Mao Tsé-tung. Mas Jango era um estanceiro, de comunista não tinha nada. Era, porém, um homem de ideias avançadas, preocupado com o social. Seu bom relacionamento com os trabalhadores, por meio dos sindicatos, incomodava os grandes empresários e provocava comichão nos militares. Mas ele precisava assumir, porque era assim que previa a Constituição da República.
O jeito
foi tramar um remendo. Fizeram então o parlamentarismo, por meio de uma PEC
(ah, as PECs!) , Jango assumiu como chefe de estado, mas não governava.
Incomodado com o seu papel de rainha da Inglaterra, Jango manobrou para ter um
plebiscito. Teve e a população derrubou o sistema gestado nas coxas. João
Goulart passou a governar, planejou reformas de base profundas, inclusive a reforma
agrária. Não demorou e veio o golpe militar de 1º. De abril, que ficou como
sendo 31 de março por ser 1º. de abril o dia da mentira.
A justificativa
era o risco do comunismo no Brasil, uma
farsa parecida com o da Intentona Comunista que justificou a Carta Polaca de 1937. A história se
repete e volta e meia ressurge como farsa ou como tragédia. Atualmente, na era
Bolsonaro surge das duas formas. Urge
que a sociedade brasileira compreenda a farsa e se qualifique para em outubro,
evitar a tragédia.
Comentários
O Congresso também não está “dominado pela esquerda”, que não tem número nem para fazer o terço necessário a impedir mudanças constitucionais. O Orçamento secreto e o loteamento de cargos garantem nele folgadíssima maioria.
Também a polícia só aparenta causar problemas ao governo por conta de um naco suculento que lhe foi prometido e até agora não entregue.
Os soldos militares foram revistos e as remunerações de quem vai para a reserva não sofreram o castigo imposto aos civis e, para vários milhares, os cargos de nomeação garantem que, agora, “prontidão” nunca mais.
Não se pode reclamar do Supremo Tribunal Federal: atendeu ao “bilete” do general, deixou fora das urnas de 2018 o capitão que cevaram e, com ele eleito e secundado por uma tropa de generais, tiveram tudo para fazer o governo como bem quisesse. Um atraso ou outro no “liberou geral” do armamento para os tarados que se realizam furando a tiros figuras de papelão não chegou a comprometer o “armas a granel” que se erigiu como fundamento da liberdade.
Então contra o que é o golpe que se apregoa aos quatro ventos, que se ameaça todo o tempo, que se ensaia com medidas arbitrárias, que se anuncia com os “acabou, porra!” presidenciais?
Ora, é simples e evidente: o golpe é contra o voto popular, que esboça eleger aquele que, com tudo o que tiveram nas mãos, destruir.
É por isso que precisam arranjar motivos para tentá-lo antes de outubro, para que embora evidente que não, é a maioria que o deseja.
E, para isso, serve até mesmo a figura insólita de um boçal, com seu discurso de latrina, o qual está inscrevendo na porta da sua latrina verbal o nome de quem o protege.
De latrinas, o sr. Bolsonaro conhece bem, desde que planejou explodi-las num quartel.
BOLSONARISMO MATA!
Bolsonarismo espalha o ódio e a intolerância. O assassinato em Foz do Iguaçu não é um fato isolado. Toda solidariedade aos familiares e amigos de Marcelo Arruda.
GRAVÍSSIMO o ocorrido em Foz do Iguaçu. Líder do PT assassinado por um bolsonarista. Basta de violência política. É preciso garantir o processo democrático de forma pacífica, segura e livre.
Facilitar as condições para uma guerra civil configura um crime de alta traição à patria.
Uma guerra civil, um país altamente dividido definitivamente não interessa à soberania nacional, mas certamente ao imperialismo.