Pular para o conteúdo principal

A pasteurização matou a reportagem

11.11.08
Vivemos a era do jornalismo pasteurizado. Todos os jornais têm a mesma cara. Leu um parece que leu todos. Exceto quando algum matutino, geralmente dos chamados jornalões, resolve incursionar pela reportagem, papel que ficou restrito às revistas semanais, que não têm a mesma dinâmica.
Sou de um tempo em que a reportagem era o carro-chefe dos jornais diários. Não é mais, talvez pelo comodismo da visão empresarial dos donos ou pela formação de "jornalistas descartáveis" proporcionada pelos cursos de comunicação.
Reportagem dá trabalho, gera dores de cabeça e exige investimentos - nos profissionais e na estrutura das redações. Acho que esta definição do Luiz Cláudio Cunha , autor do livro " Operação Condor – O Seqüestro dos Uruguaios: Uma reportagem dos tempos da ditadura" diz tudo:

"A reportagem é uma longa travessia que contraria as práticas e os limites de tempo sempre estritos da notícia. Se a notícia é o urgente relato de um fato, a reportagem é a descrição ampliada e circunstanciada desse acontecimento. É um jogo de paciência onde a investigação vence a ancestral impaciência da redação pelo resultado diário, pela apuração cotidiana de um tema sujeito ao maldito destino de virar embrulho de peixe como jornal velho do dia que passou".

Comentários

Marta Bellini disse…
Por isso parei de assinar os jornais. É só ver tv e vc já sabe como mentiram os jornalistas.

Postagens mais visitadas deste blog

Demora, mas chega...

 Estou ansioso pelo blog, que está demorando por conta da demanda de trabalho da equipe que está montando. Hoje recebi a notícia de que está sendo finalizado e entra no ar ainda esta semana. Pretendo atualizá-lo o tempo todo - de manhã, de tarde e de noite.

Começou mal,muito mal

   Sergio Moro começou efetivamente sua vida de político neste sábado em Curitiba. Numa feira   no Juvevê   foi recebido com frieza pelo povo e ouviu muitos insultos. Chegou mudo e saiu clado, acompanhado de meia dúzia de assessores, inclusive uma cinegrafista. Ele disputa com Álvaro Dias, seu ex-fã e agora inimigo, a única vaga do Senado. Chances de vitória? Tem, mas são pequenas, pra não dizer, quase zero.