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Aqui, retrovisor quebrado


O retrovisor da administração municipal de Maringá quebrou de vez. O passado, que no caso do necessário confronto de biografias tem outra conotação, deve ser lembrado sempre e se possível, eternizado através da preservação de monumentos históricos. É triste ver a determinação do prefeito Silvio Barros II para demolir a rodoviária velha, ao invés de tombá-la e restaurá-la. Ouvi hoje de manhã do Procurador Jurídico do Município que Maringá precisa de um novo prédio público no centro, para abrigar biblioteca e disponibilizar espaços culturais. Então, porque não restaurar a rodoviária? O prédio é grande , tem uma arquitetura moderna. É só restaurar e fazer do local um ponto de encontro dos maringaenses, com biblioteca, museu, praça de alimentação, revistaria , etc. Aquele maravilhoso vão livre, com seu mezanino ao fundo, pode se transformar num local de apresentações musicais, do rock à orquestra de câmara. Já pensou que maravilha? Pois ao invés disso, a Prefeitura quer indeinzar os condôminos e jogar o préio na chon.
Gente, aquela rodoviária tem história. Alí chegaram sonhos, dalí partiram frustrações. O progresso de Maringá desembarcou nas plataformas dos ônibus que estacionavam dos dois lados nos anos 60. Eu me lembro do como aquele espaço movimentava a vida da cidade. Alí vendi muito exemplar da Folha do Norte nas madrugadas. Pegava os passageiros descendo dos ônibus para vender o principal jornal da cidade. Um batalhão de garotos gritava a todo pulmâo: "Olha a Folha do Norte do Paraná!". Invariavelmente "cantávamos" a manchete do dia.
E pensar que aquele local, de tantas histórias, está para ser demolido. E que prédio histórico preservamos? O da Companhia Mlehoramentos e do Bandeirantes Hotel? É pouco. Maringá é uma cidade ainda jovem, mas tem muita história pra contar. E seus historiadores e pioneiros contam por meio da música de Joubert Carvalho, do hino de Ary de Lima e Aniceto Matti, das páginas de Terra Crua (Duque Estrada), Maria fumaça (Zitão) ou das lutas sindicais lideradas por José Bonifácio; das polêmicas enfrentadas com determinação pelo prefeito João Paulino. A história da cidade pode ser contada pelos causos do Zé Risada, pela saga do Galo Cego. Mas deve também ser contada pela visualização de monumentos de concreto como a rodoviária. A demolição engendrada é um crime de lesa pátria, de lesa memória. Em nome de um progresso torpe, ao estilo "favela hitech ", demoliram a ferroviária, o Posto de Saúde da Praça da Catedral. Por isso é que repito: abaixo os exterminadores do passado!

. A foto foi pinçada do blog do Edson Lima

Comentários

A lagarta que nasce e cresce sob a proteção das folhas é a mesma que a destrói depois de adulta... nem água benta muda a sina e sua voracidade.
Anônimo disse…
Messias, os condôminos da rodoviária velha já perderam na justiça? Já se deu a martelada final?

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