O nome dele é Francisco Everardo de Oliveira Silva. Mas o personagem que está em vias de receber a maior votação que um deputado federal já teve no país é Tiririca. Ele chama a si próprio e o eleitor de "abestado". Diz que não sabe o que um deputado federal faz, mas depois, quando estiver lá, ele conta. E pede o voto em Tiririca, porque "pior do que está, não fica".
A elite política brasileira, indignada com o deboche, ameaça cassar o registro de Tiririca. Na falta de argumentos mais consistentes, um promotor suspeita que Tiririca é analfabeto. Vai pedir para que a Justiça Eleitoral faça com ele um teste de escrita. Se for analfa,está fora. Mas como, se o cara pode votar, se está em pleno gozo de seus direitos políticos? A lei é clara: analfabeto vota mas não pode ser votado.
Bem, que não se mude esta lei, mas que os letratos façam uma reforma política a partir da próxima legislatura do Congresso Nacional para tornar o processo eleitoral mais decente. Instituir, por exemplo, o financiamento público de campanha, para que candidatos endinheirados não fiquem aí tentando comprar seus mandatos, alguns até rasgando dinheiro, outros jogando notas de R$ 50,00 pela janela e outros insinerando grana, na tentativa de comprar consciências.
Isso sim é escandaloso. Issso sim precisa ser combatido. E acho até que o eleitorado paulista que vai dar mais de 1 milhão de votos ao Tiririca, quer mesmo é protestar, avacalhar , debochar. Tiririca é o deboche em pessoa, como foi "Cacareco" na década de 60.
A disputa eleitoral é desequilibrada, injusta para bons candidatos que não tem recursos. O resultado final , após abertas as urnas, é geralmente desapontador, pois mantém sempre os mesmos, os de boca torta, mas que fingem ser inperceptível aquele defeito provocado pelo uso excessivo do cachimbo.
E viva o Tiririca, seus abestados!
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