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Um ano sem Henry Jr



Júnior era fotógrafo do O Diário. Um baita fotógrafo, diga-se de passagem . Mas era, entes de tudo, uma grande figura, um bom menino, que a todos encantava. Sobre ele, faço minhas as palavras do amigo Rogério Fischer, ex-editor-chefe do jornal, ex-chefe de Júnior:

"Está fazendo um ano que morreu Henri Junior. Sei que foi mais ou menos por esses dias de novembro do ano passado que ele entregou os pontos, depois de meses batalhando contra um câncer devastador. Meses antes, ele se divertia mostrando aos amigos o buraco que tinha na cabeça. Bem no alto do crânio. Pedia para os amigos apalparem o crânio. Era um buracão. E a gente, lógico, não fazia outra coisa senão ralhar com ele para que fosse logo ao médico ver que merda era aquilo. Até que foi. Lembram daquela chuva de granizo que destelhou centenas de casas e derrubou árvores em Maringá? Então, foi em março/abril de 2008. Pois num domingo eu ainda estava limpando a casa onde morava, na Cariovaldo Ferreira, quando ele apareceu. Nas mãos, o resultado do exame que ele mostraria ao doutor no dia seguinte. Ele e Walter Tele ficaram tomando umas latinhas de cerva enquanto eu dava duro no rodo com pano. Minha casa ficara novamente alagada - voltou a chover dois dias depois do granizo que destruiu o telhado de eternit. Tele pediu para dar uma olhada no envelope. Horas depois, quando já havíamos dissolvido a rodinha, Tele me contou que procurara o significado de algumas palavras sinistras que ele havia lido no exame e que, salvo engano, o resultado daquele envelope era aterrador. Daquele texto de laboratório, Tele havia depreendido que havia algo grave e, pior, devastador. Não deu outra. Semanas depois, o Cabeça passava pela primeira cirurgia, na Santa Casa, na mesma rua Cariovaldo Ferreira. A recuperação, avisaram os médicos, seria lenta e sofrida - se houvesse recuperação. Enfim, o bicho voltou a atacar e, contrariando os primeiros prognósticos, que desaconselhavam uma segunda cirurgia, o Cabeçudo passou por mais uma e outra, em Maringá e Curitiba. Os médicos não conseguiam explicar como ele ainda resistia. Entrava e saía do coma. Vivia a base de morfina. Ficávamos, os amigos, divididos entre a torcida por um milagre e a torcida por um descanso - dele, da família, da heróica namorada. Até que, em meados de novembro, ele se foi.
Agora só ficam as lembranças. Do carisma do cara, que não podia faltar aos nossos churrascos, sob pena de a festa perder a graça. Do talento profissional do cidadão. De muita, muita amizade. E, no meu caso, ficam ainda dois DVDs que ele me emprestou, identificados como Asian II e Asian III, dos quais pretendo usufruir bastante ainda".

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