Em artigo no semanário boliviano Pulso, o periodista Pablo Stefanoni chama a atenção do continente sul americano para o golpe que a elite rural prepara no Paraguai. Dia desses foi detectado um email de um pecuarista chileno de nome Avilés, que mora no Paraguai há 30 anos. Ele estaria organizando milícias para matar comunistas. Mas o alvo maior é o governo do ex-bispo Fernando Lugo, que ao fazer um cadastro das propriedades agrícolas do país, já assustou a elite agrária paraguaia. Teria sido esta mesma elite, segundo o jornalista a desencadear uma campanha de linchamento moral do presidente , contra quem “abundam os casos do paternidade não reconhecida, de filhos que ele teria feito em colaboradoras no tempo em que exercia o ministério”.
Pablo Stefanoni lembra, a propósito da eleição de Fernando Lugo: “Há pouco mais de um ano, o então bispo emérito Fernando Lugo conseguia a façanha: colocar fim a uma hegemonia de seis décadas do Partido Colorado, com uma aliança com os liberais e o apoio dos movimentos campesinos e populares de um país governado por máfias de todos os níveis, dedicadas a todo tipo de tráficos, contrabando e ilegalidades diversas, amparadas por um poder com o qual compartilhavam o botim. Ou simplesmente eram as máfias que exerciam, sem intermediários, o poder. O ditador Alfredo Stroessner foi o grande organizador deste modelo: fincou-se no trono nos anos 50 e lá ficou até ser afastado por seu genro, Andrés Rodríguez, um dos grandes narcotraficantes do país, em 1989. Os negócios precisavam continuar...mas em uma democracia. Agora os tempos mudaram”.
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