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Num flagrante prosáico,um bom motivo para uma reflexão de livre pensar


A política brasileira, onde a questão ideológica não entra no debate nem mais como figura de retórica (exceto pelas idéias de anteontem de alguns partidos de esquerda), transformou-se na arte de unir alhos e bugalhos. Os discursos se confundem, todos falam a mesma linguagem, defendem as mesmas bandeiras, dissimulam igual. Tudo em nome da democracia, tudo em nome dos sagrados interesses maiores da sociedade brasileira. Ressalte-se que é da essencia da democracia, a convivência pacífica entre os desiguais, entre os que pensam (e agem) diferentemente. A eleição potencializa a força do imã chamado poder central, aumenta o poder sedutor da lâmpada sobre as mariposas. VIva a democracia, que continua sendo o pior dos regimes com excessão de todos os demais (sua bênção,Winston Churchill!).
Mas o discurso hegemônico é, de certa forma, preocupante. A foto aí de cima não significa absolutamente nada nesse contexto, mas a utilizo como exemplo prosáico dessa lógica. Vandré, presidente do Conselho Tutelar de Maringá, é uma figura meio folclórica, mas até pouco tempo poderia ser qualificado como um pequeno símbolo do antipetismo, do antilulismo, que muitas vezes gerou por essas bandas manifestações explícitas de puro preconceito social.
Hoje, Vandré coloca a estrelinha no peito, faz declaração de fé à candidata Gleisi, dá demonstração de grande simpatia ao PT que a vida inteira repudiou. O curioso é que isto ocorre no momento em que a referência do antilulismo e depois lulista de carteirinha ,Ricardo Barros, encontra-se em baixa e amargando a decisão errada de colocar o pé na canoa serrista de Beto.
Tivesse o lulismo em baixa neste momento e tivesse Gleisi sem chances reais de tornar-se senadora de uma coligação vitoriosa , esta foto aí seria possível?
Bem,deixemos de lado fato tão irrelevante, para lembrar apenas que o Brasil vive uma disputa eleitoral sem nenhuma graça. A eleição presidencial tem caráter meramente plebiscitário e isso reduziu o debate político à mera comparação de dois governos e,quando muito, à confrontação do poder bisbilhioteiro de cada grupo.
Lula reina absoluto com uma popularidade que o transformará em mito e, sem nenhuma forçação de barra, no presidente mais popular da história do Brasil. Mais até de que Getúlio Vargas e Juscelino, que afinal, pertencem a épocas em que a mídia não tinha o poder de massificação que tem hoje.
Devemos reconhecer, entretanto, que nunca o país teve uma oposição tão medíocre como essa de agora. O lado bom, é que a eleiçao de Dilma nas circunstâncias em que ela vai se dar, obrigará as agremiações partidárias que venham a merecer o status de partidos de oposição, a repensarem suas práticas, a defenderem com unhas e dentes uma reforma política profunda. Enfim, a partir de janeiro, a política brasileira tomará um outro rumo. Quem sabe, os partidos nanicos que ainda agitam a bandeira do velho socialismo, decidam rever suas posições e atualizem seus conceitos, livrando-se de vez da naftalina que enche os bolsos de Plínio de Arruda Sampaio, Zé Maria, Ruy Pimenta e quejandos?
Que os anjos digam amém!

Comentários

Quem sou eu pra desmentir um profissionalíssimo Messias! Concordo que "... a partir de janeiro,..." terá de haver mudanças, mas não só políticas. Todas as instituições brasileiras terão de tomar mesmo um outro rumo, porém, isso só se dará se aparecer alguém que ouse levantar o taPeTe.

Essa popularidade do nonidáctilo é forjada primeiramente por essas empresas de pesquisas que, sob siglas de confederações tendenciosas e mediante elevadas remunerações, escrevem o resultado que o contratante gosta e precisa no momento.

Uma popularidade fundada em malfadadas bol$a$, em misérias alheias, no desespero de pobres almas que continuam a vagar sem perspectiva pelo país, e sobretudo nas bênçãos da grande mídia, que por sua vez arrasta nesse tsunamentira a menor, não merece meu respeito nem atenção. Apenas cautela.

Por isso que clamo sempre: - Valei-me meu São Serapião, protetor dos órfãos!
Nada de naftalina: a realidade é dinâmica.

Aderir ao pensamento único da ideologia capitalista seria condenar a população à escravidão definitiva.

É preciso arejar, questionar, balançar a rósea roseira rósea do capitalismo, que já vai despetalando nos EUA e na Europa.

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