Com saudade da "ditabranda" os jornalões (Estadão, Folha de São Paulo, o Glob, etc) tentam fabricar uma crise militar no país devido a disposição do governo de não deixar o dito pelo não dito no caso das torturas ocorridas durante o tempo em que durou o golpe de 64. Mantendo esse esqueleto no armário, o país vai continuar vivendo sob a sombra desse fantasma. Ou se exorciza de vez aquele período de trevas ou não teremos paz política. Fernando Henrique tentou , tanto que foi ele quem criou o Programa Nacional de Direitos Humanos. Mas faltou-lhe coragem para prosseguir. A um simples pigarrear de um general de pijama, ele tremia na base e era imediatamente orientado a passar uma borracha, sabem por quem? Pelo mesmo Nelson Jobim, que a época era Ministro da Justiça e hoje, Ministro da Defesa.
O argumento de alguns militares é de que a anistia foi ampla,geral e irrestrita. Logo, beneficiou também os torturadores. Há quem sustente a tese de que aquele período foi de guerra, houve confronto e a esquerda também matou e torturou. Ora, os que estavam do lado de fora do balcão, apenas sonhando com um país livre e uma sociedade solidária, tinham como arma apenas a consciência crítica e a palavra. Que ferimento ou crime teria provocado, por exemplo, Vladimir Herzog? E o deputado Rubens Paiva, que desapareceu e ninguém nunca mais soube, sequer dos restos mortais? Que mal fisico teriam feito aos militares amigos nossos aqui da região que foram presos e muitos torturados com ferocidade, como ocorreu por exemplo com o Cândido, um intelectual que hoje vaga pelas ruas de Maringá falando coisas desconexas?
Dá pra passar uma borracha em tudo isso? Seria o mesmo que exigir perdão para o general Pinochet, que torturou e matou o ídolo dos chilenos Victor Hara. Ou pretender que as mães da Praça de Maio de Buenos Aires, passassem a homenagear figuras como os generais Rafael Videla e Leopoldo Galtieri. Ou que, vejam só, os judeus que foram vítimas do holocausto, perdoassem Hitler, pois afinal aquela ignomínia fora fruto de uma guerra.
Pelo amor de Deus, esta postura dos jornalões, de setores da elite brasileira e pasmem, de um ministro do governo Lula, é inaceitável, seja qual for o ponto de vista de onde parta a avaliação equivocada dessa gente. Vá de retro satanás!
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