"Está lançada a candidatura de José Serra ao Planalto. É estranho que isso tenha sido feito em um jornal estrangeiro, por um correspondente. Mas o Juan Arias deu conta de articular, talvez com o dom da clarividência, como será a campanha do PSDB: Dilma, nesse roteiro, é a anti-Lula. Serra, uma espécie de "sucessor natural" de Lula, para dar continuidade à democracia brasileira, inventada durante os oito anos de FHC no poder. Notem a menção a um caco estranho, a origem "húngara" de Dilma. Será que a direita vai repetir com Dilma a tática usada contra Barack Obama, acusado de não ter nem nascido nos Estados Unidos?
Ler o texto do Arias me lembrou do livro do Ali Kamel sobre o Lula, aquele que reproduz discursos do presidente e, a partir deles, conclui que Lula é quase um ser apolítico, "mais ou menos" crente em Deus, um acidente de percurso. É um tom condescendente, como se Lula tivesse apenas cumprido um "mandato-tampão" para o PSDB, tendo chegado agora a hora de entregar o poder a seu "sucessor natural", José Serra. Arias se refere a Dilma duas vezes como ex-guerrilheira, "sombra", mais esquerdista que Lula, petista de última hora, que ficaria "sob controle" de Lula -- em resumo, uma mulher que não sabe bem o que quer, manipulável e ao mesmo tempo sinistra, uma espécie de mulher-bomba".
. Carlos Azenha (Blog Vi o mundo)
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