“No olho do furacão que vai varrendo nomeados no Ministério dos Transportes e no Dnit, a obra do Contorno Norte de Maringá vive a expectativa da paralisação. No estágio em que a obra se encontra, sua suspensão é o pior cenário possível para as pessoas que vivem em seu entorno. As transposições de um bairro a outro, programados na segunda etapa dos serviços, não serão feitas, parte considerável do que já foi edificado será corroído pelas ações climáticas e o benefício do transtorno, que é o desvio do tráfego pesado da avenida Colombo para a via não acontecerá. E, claro, por motivos eleitorais, tem muita gente torcendo para que isso aconteça.”
. Do colunista Milton Ravagnani, em O Diário
Meu comentário: Estou com o Akino Maringá, Milton. A paralisação das obras é ruim para a cidade, sem dúvida que é. Mas pior para a nossa Maringá é estar no noticiário nacional sobre a corrupção desenfreada, que toma conta das grandes obras tocadas por gestores sob suspeita.
Veja você, Milton, o caso do Novo Centro: o contrato firmado em 2004 com a CR Almeida estabelecia prazo de 40 meses para a conclusão do projeto de rebaixamento da linha. Já eram para estar prontos os 7 viadutos previstos, inclusive o da 19 de dezembro. Até pouco tempo tinha lá naquela passagem de nível uma placa dizendo que a obra estaria concluída em janeiro de 2008.
Pois bem, esta obra, já licitada e contratada, também entrou no rol dos aditivos suspeitos, igualmente investigados pela CGU - Controladoria Geral da União.
Já relatei aqui várias vezes e volto a repetir, uma conversa que presenciei do dono da Vega com o ex-prefeito João Ivo Caleffi. A Vega, só para lembrar, foi a empresa contratada pela Prefeitura para fazer o projeto de conclusão do Novo Centro, aí incluindo a Avenida Horácio Racanello, no contrato chamada de Super Via.
Dizia o dono da Vega, seu Zé, um mineiro de fala mansa:"Logo depois de tomar posse em janeiro de 2005, o prefeito de Maringá e o irmão dele estiveram aqui e pediram para ver o projeto. Mostramos e o deputado Ricardo Barros disse que o projeto era uma merda". Isso mesmo, uma merda, dito com essas palavras sem tirar e nem por.
Por isso,por achar que o projeto era uma merda, ele iria parar a obra e melhorá-la, por meio de aditivos no contrato original.
Ante o argumento de que isso não seria possível porque a obra já estava em andamento, de bate-pronto veio a resposta:"É possível sim". E foi mesmo possível, porque o vice-líder de FHC e depois vice-líder do governo Lula, realmente conseguiu parar a obra que continua em execução, apesar de já estar contabilizando mais de três anos de atraso.
Este atraso, meu caro Milton Ravagnani, não foi determinado por nenhuma torcida, nem por pensamentos de mau agouro, muito menos por qualquer Cassandra. Ou será que no caso do Contorno Norte alguma profeiza maldita andou desdenhando das cantadas do nosso deus Apolo?
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