Fui conferir hoje de manhã a farsa que imaginava que seria a audiência pública sobre o Plano Municipal de Seneamento Básico. O Secretário do Meio Ambiente Leopoldo Fiewski conduziu tudo conforme estava no script. Relutou em dar a palavra ao público, cuja qualidade questionadora não esperava. O máximo que o script permitia eram perguntas por escrito, mas a pressão foi tão grande que Leopoldo acabou se rendendo. Porém, manteve-se firme na condução dos trabalhos, que pareciam programados para não chegar a lugar nenhum.
Audiência começou com a enfadonha palestra de um técnico da empresa contratada para elaborar o plano, que despejou números e mais números sobre o sistema de água e esgoto, com diagnóstico da situação atual e projeção de crescimento visando os próximos 30 anos.
Com isso, o secretário certamente esperava que o plenário se esvaziasse, venceria pelo consaço. Ledo engano. Vários representantes de entidades ligadas à questão ambiental colocaram o secretário na roda, ironizaram o caráter meramente informativo da reunião, que parecia mais querer desinformar do que esclarecer algo sobre temas tão complexos, como a destinação do lixo, por exemplo.
Depois de alguns bate-bocas e manifestações de reprovação à condução dos trabalhos, Leopoldo mostrou porque é o homem de confiança do prefeito Silvio Barros: absorveu todo o clima de hostilidade que criara e encerrou a audiência sem demonstrar receptividade a nenhuma das propostas contrárias ao que já estava no papel, mesmo que , em tom ameaçador, uma revoltada ambientalistas tenha gritado lá de trás:"Vocês não vão queimar o lixo de Maringá de jeito nenhum. A sociedade vai se mobilizar e não vai permitir esta sandice".
Fim da audiência, ficou o dito pelo não dito, com a certeza de que a "administração cidadã" colocará seu plano em prática, e pasmem, por decreto.
Portanto, a sociedade que trate de se organizar e começar desde já a pensar em mandados de segurança. Só por meio da ação judicial será possível salvar Maringá do caos da incineração.
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