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Adeus, professor Iran


Acabo de ficar sabendo pelo blog do Rigon sobre a morte do professor José Iran Salée, na minha avaliação, o maior craque em língua portuguesa que Maringá teve. Ele brincava com a análise sintática, ensinava trovando a conjugação de verbos, metia o seu Corinthians do coração no ensinamento do transitivo e do intransitivo. Era uma fera, um vocacionado para o magistério, que dominava o Latim como poucos. Tive o privilégio de ser seu aluno, no antigo Colégio Paraná. Fiz uma reportagem para a Revista Pois É sobre o seu inseparável Belkar, um DKV que ele não trocava e não vendia, apesar de já ser um carrinho superado pelo tempo. Mas um dia não resistiu à oferta de um colecionador e passou o que ele chamava de DKH pra frente. E a partir daí, passou a andar de fusca, "porque ninguém é totalmente humilde, nem eu".
Iran teve tudo para virar político de projeção. Nunca quiz deixar a sala de aula. O máximo que fez, foi se aventurar por uma secretaria municipal de educação. Foi secretário na segunda gestão João Paulino Vieira Filho. Gostava do bom texto, mas bairrista como ele só, vivia me incentivando a escrever melhor, porque nunca abriu mão de ler coisas que maringaenses como ele escreviam. Lia tudo do A.A.de Assis, brincava com a trovas do Dari Pereira, lia em Latim o que Galdino Andrade escrevia em bom português.
A foto que o Rigon publica e que eu posto aqui, foi mesmo tirada alí em frente ao Café Cremoso. Ele estava sempre por alí, para tomar um cafezinho, comprar um pão ou fazer uma fezinha na lotérica ao lado. Que Deus o tenha, querido professor!

Comentários

Anônimo disse…
Caro Messias, em dezembro liguei pra você pedindo notícias do querido Hiran Salée, lembra-se? No dia 14 de dezembro saiu uma crônica minha no O Diário falando do corintianismo do professor Hiran. Parece que aquele texto foi uma despedida. Ele foi meu professor no Gastão Vidigal na década de 70 e sabia como poucos compreender a linguagem e o espírito da molecada. Cheguei do velório agora pouco. Em meio à grande tristeza de perder uma figura tão marcante, todos que lá estiveram ficaram com a certeza de que este homem cumpriu com grande dignidade sua tarefa na terra. O professor Hiran é um grande exemplo a ser seguido. Abração, Messias, parabéns pelo seu belo texto sobre ele.
Antonio Roberto de Paula
Anônimo disse…
Prezado Messias, abraços com estima.

Com pesar tomo ciencia do passamento do nosso querido professor Hiran Salée. Lembranças me levam para 1959, Ginásio Maringá (hoje Colégio Marista). O professor morava num pequeno espaço, algo próximo de 20m2. Frente a sua porta reunia-se diariamente no recreio centenas de garotos, pois ali era o "cassino" do colégio: jogá-se o " bafo", ´sob o olhar magestoso do retrato de Rui Barbosa, desenhado com giz branco num pequeno quadro negro, pelas mãos de Hiran, cujo talento habilmente orquestrava os repiques, bumbos, cornetas e tambores da maior fanfarra do noroeste do Paraná...

Wellington Soares (08/jun/2009)

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