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Contra fatos há argumentos?

O jornalista Luiz Carlos Azenha resgata em seu blog uma declaração do senador José Sarney feita em 2002, quando a governadora do Maranhão, Roseana Sarney, acabara de ser linchada moralemente e, por conta disso, virou carta fora do baralho da sucessão presidencial.
Não vem ao caso o que significou ou significa Sarney na políticva brasileira, mas o relato é um documento histórico da maior importância. Até porque, é revelador do caráter de quem estava por trás daquela operação canhestra, o "Caso Lunus", que Sarney denunciou como pai, revoltado com a sacanagem de que fora vítima a sua filha. Trata-se de um documento importante, que tem tudo para ser explorado à exaustão pelos adversários do presidenciável José Serra. Pincei pequenos trechos do longo texto, que são reveladores do jogo sujo:

Sarney dirige-se ao presidente Fernando Henrique Cardoso:

"Presidente, o senhor desfruta de prestígio internacional e do respeito de todos nós. Não permita que seu governo seja conspurcado neste processo da sucessão. Assegure que o jogo democrático possa fluir sem manobras sujas. As sucessões apaixonam e muitas vezes destroem homens públicos".

Relatando os fatos:

"A nação assistiu aos atos de violência política que aconteceram no Maranhão.
Policiais armados, viaturas embaladas, aparato de efeito utilizados para criar um escândalo contra a candidata à Presidência da República, em ato arbitrário, ilegal, de conotação política e fora da lei. Dois tribunais assim o consideraram: o TRF e o STJ, julgando que o cidadão só pode ser investigado por autoridade competente. A governadora do Maranhão não está na jurisdição de Tocantins. É um privilégio? Não. Da mesma forma, os procuradores que a investigam e os juízes gozam das mesmas prerrogativas de serem julgados por instâncias especiais.

Acusam a governadora pela aprovação da Usimar e esquecem o ex-ministro José Serra, que responde ao processo 96.00.01079-0 por 'improbidade administrativa - ressarcimento ao erário", a outra ação, 2000.34.00.033429-7, com a finalidade de 'reparação de danos ao erário', e ainda a várias outras ações ordinárias, cautelares, civis públicas, populares.

Alguém invadiu algum local para procurar comprometê-lo, ou atrás de pistas que pudessem ligá-lo às acusações? Eu seria o primeiro a condenar.
Então invadem a Lunus sob a capa de descobrir essa vinculação. Ridícula a montagem. Mas tudo é secreto, escondido. O acusado não sabe do que é acusado. Invade-se primeiro, depois se propala a finalidade da invasão e a acusação.

No dia do acontecimento, liguei ao presidente Fernando Henrique, na suposição de uma relação leal, não para cobrar nem pedir nada, mas para declarar que os meus temores anunciados se concretizavam.

- Presidente, lembra-se da nossa conversa? Não deixe conspurcar o seu governo!

Respondeu-me ele: - Eu nada sabia.

Não lhe havia cobrado se sabia ou não sabia. Mas disse-lhe:

- O senhor Ministro da Justiça devia".

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