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Reflexão sobre o K.O

Existem várias explicações para o jornalismo pasteurizado que se pratica hoje no Brasil. Se o leitor observar bem, vai ver que tanto faz ler o O Diário quanto o Estadão ou a Folha de São Paulo é a mesma coisa. O que muda e faz a diferença é a dimensão do veículo e a escala de ação e interesses do dono. A pasteurização é uma realidade mundial, mas no caso do Brasil ela é pior, mais dramática. A falta de boas reportagens, de matérias questionadoras e tecnicamente bem elaboradas, ajudam no processo de desinformação que as elites política e econômica comandam com determinação. Desinformar para dominar, sem fugir dos preceitos básicos da democracia formal (e burguesa), eis a questão. Assim, vamos legitimando fraudes e promovendo alienações óbvias. Sem contar que a imprensa, tal qual se comporta hoje, ajuda de maneira decisiva a blindar figuras execráveis, que nas páginas dos jornais, nas lentes de programas de tv terceirizados e dedicados exclusivamente à bajulação, criam o efeito KO. Lembram-se do K.O, aquela substância química usada para dar brilho em jóias embaçadas, que reluzem mas não são ouro?
Esta não é uma crítica direcionada a jornal A ou B, a programa televisivo C ou D. Trata-se de uma reflexão, que faço periodicamente como forma de purgar meus pecados profissionais e pedir perdão a Deus pelas minhas omissões.

Comentários

Anônimo disse…
Parabéns Messias pela reflexão. Eu, ultimamente,dentro das minhas parcas condições de percepção e até arriscando a cometer injustiças, tenho me dedicado e tentar abrir os olhos dos menos atentos para este tipo de jornalismo, que também não posso condenar totalmente, pois não sei se estivesse onde estão não faria o mesmo. Vejo o esforço do Ronaldo Nezo, do Gilson Aguiar e outros bons profissionais que tentam ser imparciais, mas não tem jeito.
A Ruth Bolognese certamente foi chamada às falas e também vai aliviar. Compreendo. Quando o emprego está em jogo é difícil..

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