Um pintor que se apaixona pelo seu modelo, venera a sua obra e tenta moldar-se ao que transpõe para o quadro. Mas há na obra uma espécie de culto à imortalidade, sorbetudo à eternização da beleza física, ou seja, da eterna juventude. Mas há que se condenar os vícios do poder desmedido, da ostentação e da prevaricação, sempre camuflados pela simpatia de um discurso bem articulado, de um jeito afável de ser, de um semblante sereno, mas de enganosa sabedoria e honradez.
E olhe que estão sempre chamando a atenção dele para os perigos que se escondem atrás dessa muldura. Mas enfeitiçado, Lula não consegue se desfazer do retrato, que de maneira perceptível a todos, mas imperceptível a ele, mancha a sua biografia.
Mas Lula tem um trunfo: a perspectiva que Dorian Grey tinha, de que o quadro possa envelhecer, mas ele Lula, continuar eternemente moço, preservando seu rosto jovem para 2014 e 2016.
Que o Maranhão não nos leia.
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