João Saldanha terá estátua no Rio de Janeiro. A obra é de Ique, um gênio da escultura.
Saldanha era chamado de "João Sem Medo". Sua coragem estava não apenas nos microfones, mas foi manifestada em momentos importantes da história recente do Brasil. Na década de 50, por exemplo, ele esteve de armas não mão no Norte Velho do Paraná, participando ativamente da "Guerra de Porecatu", como militante do PCB. Em 70 colocou o gargo de técnico da Seleção Brasileira de Futebol em risco, após ter classificado o Brasil para a Copa do México. Pressionado pelo então presidente Médici a convocar o centroavante Dario, o Dadá Maravilha, ele se recusou e mandou um recado:"O presidente que cuide de administrar o Brasil que eu tomo conta da seleção".
Foi demitido sumariamente pela CBD , depois suibsituída pela CBF. Em seu lugar entrou Zagalo, que fez o que lhe ordenaram: levou Dadá, embora não o tenha escalado como titular. Dario era um centro-avante goleador, mas não tinha lugar pra ele. Entraria no lugar de quem?De Tostão ? De Pelé? De Rivelino? De Jairzinho?
O time de 70, chamado de "As feras do Saldanha", ganharia a Copa mesmo sem técnico. Até porque Zagalo não escalava e nem definia a configuração tática da equipe. Quem mandava era Gerson, Carlos Alberto e o próprio Pelé. E todos eles ouviam Saldanha, que estava no México como comentarista da Rádio Globo.
Outra demonstração de coragem de Saldanha: todo mundo temia o técnico Yustrich. Saldanha, não. Um dia Yustrich ameaçou Saldanha e depois teve que se esconder embaixo da cama quando o "João Sem Medo" invadiu a concentração do Flamengo, de revólver em punho.
Comentários
Faz falta, esse filho da mãe.