O ombudsman da Folha de S. Paulo, Carlos Eduardo Lins da Silva, fez uma pesada critica ao seu jornal, que vale para toda a midia brasileira , cujo comportamento alarmista em relaçao a gripe A (H1N1) e um espanto:
"A reportagem e principalmente a chamada de capa sobre a gripe A (H1N1) no domingo passado constituem um dos mais graves erros jornalísticos cometidos por este jornal desde que assumi o cargo, em abril de 2008.
"O título da chamada, na parte superior da página, dizia: 'Gripe suína deve atingir ao menos 35 milhões no país em 2 meses'. A afirmação é taxativa e o número, impressionante.
"Nas vésperas, os hospitais estavam sobrecarregados, com esperas de oito horas para atendimento.
"Mesmo os menos paranoicos devem ter achado que suas chances de contrair a enfermidade são enormes. Quem estivesse febril e com tosse ao abrir o jornal pode ter procurado assistência médica.
"O texto da chamada dizia que um modelo matemático do Ministério da Saúde 'estima que de 35 milhões a 67 milhões de brasileiros podem (...) ser afetados pela gripe suína em oito semanas (...). O número de hospitalizações iria de 205 mil a 4,4 milhões'.
"É quase impossível ler isso e não se alarmar. Está mais do que implícito que o modelo matemático citado decorre de estudos feitos a partir dos casos já constatados de gripe A (H1N1) no Brasil.
"Mas não. Quem foi à página C5 (...) descobriu que o tal modelo matemático, publicado em abril de 2006, foi baseado em dados de pandemias anteriores e visavam formular cenários para a gripe aviária (H5N1).
"O pior é que a Redação não admite o erro. Em resposta à carta do Ministério da Saúde, que tentava restabelecer os fatos, respondeu com firulas formalistas como se o missivista e os leitores não soubessem ver o óbvio. Em resposta ao ombudsman, disse que considera a chamada e a reportagem 'adequadas' e que 'informar a genealogia do estudo na chamada teria sido interessante, mas não era absolutamente essencial'."
PS: acho que a figura do ombudsman deveria existir em todos os jornais e redes de radio e tv. Mas desde, claro, que com a mesma autonomia que a Folha de Sao Paulo da ao seu ombudsman.Trata-se de um jornalista experiente, de credibilidade, que representa o leitor, no caso do jornal impresso. No passado a propria Folha teve um critico de si mesma dentro da sua estrutura redacional. Era o Albeorto Dines, com o Jornal dos Jornais. Em Maringa, o O Diario tentou essa experiencia no passado, mas nao vingou porque os proprios jornalistas ficavam bravos com as criticas, feitas por pouco tempo nas ediçoes de domingo pelo Luiz Carlos Rizzo.Alias, o Rizzo criticava o O Diario no proprio O Diario, com muita competencia e conhecimento de causa. Foi mal compreendido, infelizmente e por isso mesmo a coluna teve vida curta.
"A reportagem e principalmente a chamada de capa sobre a gripe A (H1N1) no domingo passado constituem um dos mais graves erros jornalísticos cometidos por este jornal desde que assumi o cargo, em abril de 2008.
"O título da chamada, na parte superior da página, dizia: 'Gripe suína deve atingir ao menos 35 milhões no país em 2 meses'. A afirmação é taxativa e o número, impressionante.
"Nas vésperas, os hospitais estavam sobrecarregados, com esperas de oito horas para atendimento.
"Mesmo os menos paranoicos devem ter achado que suas chances de contrair a enfermidade são enormes. Quem estivesse febril e com tosse ao abrir o jornal pode ter procurado assistência médica.
"O texto da chamada dizia que um modelo matemático do Ministério da Saúde 'estima que de 35 milhões a 67 milhões de brasileiros podem (...) ser afetados pela gripe suína em oito semanas (...). O número de hospitalizações iria de 205 mil a 4,4 milhões'.
"É quase impossível ler isso e não se alarmar. Está mais do que implícito que o modelo matemático citado decorre de estudos feitos a partir dos casos já constatados de gripe A (H1N1) no Brasil.
"Mas não. Quem foi à página C5 (...) descobriu que o tal modelo matemático, publicado em abril de 2006, foi baseado em dados de pandemias anteriores e visavam formular cenários para a gripe aviária (H5N1).
"O pior é que a Redação não admite o erro. Em resposta à carta do Ministério da Saúde, que tentava restabelecer os fatos, respondeu com firulas formalistas como se o missivista e os leitores não soubessem ver o óbvio. Em resposta ao ombudsman, disse que considera a chamada e a reportagem 'adequadas' e que 'informar a genealogia do estudo na chamada teria sido interessante, mas não era absolutamente essencial'."
PS: acho que a figura do ombudsman deveria existir em todos os jornais e redes de radio e tv. Mas desde, claro, que com a mesma autonomia que a Folha de Sao Paulo da ao seu ombudsman.Trata-se de um jornalista experiente, de credibilidade, que representa o leitor, no caso do jornal impresso. No passado a propria Folha teve um critico de si mesma dentro da sua estrutura redacional. Era o Albeorto Dines, com o Jornal dos Jornais. Em Maringa, o O Diario tentou essa experiencia no passado, mas nao vingou porque os proprios jornalistas ficavam bravos com as criticas, feitas por pouco tempo nas ediçoes de domingo pelo Luiz Carlos Rizzo.Alias, o Rizzo criticava o O Diario no proprio O Diario, com muita competencia e conhecimento de causa. Foi mal compreendido, infelizmente e por isso mesmo a coluna teve vida curta.
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