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Do Carlos Chagas

Um imenso retrocesso

" BRASÍLIA - A quem beneficia o voto proporcional em listas fechadas? Aos caciques que controlam os partidos, porque serão eles a elaborar a relação dos candidatos a deputado federal, deputado estadual e vereador. Imaginem que nomes eles colocarão em primeiro lugar...

A votação proporcional em listas fechadas significa um dos maiores retrocessos institucionais na crônica da democracia brasileira. Um retorno aos tempos da República Velha, em que depois de eleitos, deputados da oposição podiam ser expurgados e não tomar posse, por decisão da maioria. Pior, ainda, quando candidatos podiam concorrer sem jamais ter ido ao estado que os elegeria, como aconteceu até com o general Flores da Cunha, gaúcho, feito deputado federal pelo Ceará, onde nunca pôs os pés.

Agora, com as listas, os donos dos partidos não precisarão sequer fazer campanha. Ficarão livres das doações de empreiteiros, claro, mas celebrarão sua eleição mais do que certa sem sair de casa. Mata-se a renovação parlamentar no nascedouro, ou seja, um candidato colocado no final da lista, por mais popular que seja, contribuirá para a vitória de um enquistado há anos na direção partidária.

Acresce que todos os atuais deputados terão lugar cativo nas respectivas listas. A conclusão só pode ser uma: qualquer que seja o regime político, aqueles que fazem as leis cuidam de beneficiar-se, relegando a plano desimportante o interesse e a vontade do eleitorado."

Meu comentário: Com a lista fechada , adeus lideranças novas. Seria a perpetuação da panelinha partidária, aonde a cúpula manda e os filiados engolem seco. Felizmente, a proposta não evoluiu.O próprio autor, deputado Ronaldo Caiado, jogou a toalha e a partir de agora os congressistas começam a discutir a lista flexível.

Tudo bem que o país precisa de uma reforma política profunda, que valorize os partidos e coloque um dique de contenção nas mediocridade e na trairagem institucionalizada.. Mas a valorização dos partidos deve se dar, sobretudo, pela conscientização do eleitorado, pela maturidade das agremiações e pela extinção definitiva do instituto da sacanagem interna.

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