Estão fazendo um carnaval com o cartão corporativo. Acho um erro, o fortalecimento da cortina de fumaça que ajuda a encobrir o pior, que são articulações para manutenção da base de sustentação do governo no Congresso. Acho que seria de bom alvitre críticos respeitáveis como a nossa blogueira-referência Martha Bellini, direcionar o foco das críticas à questão maior, ao que, por exemplo, rola por traz do PAC. Veja o exemplo dos R$ 20 milhões para o desfavelamento da nossa Maringá sem favelas. Isso sim é gravíssimo. Enquanto jornalistas, cientistas políticos e gente respeitável do calibre da Marta queima etapas com bobagens como o cartão corporativo, lá em cima vão oxigenando a superestrutura, com ações e programas que só servem para reforçar a discriminação social, tal qual acontece agora com o Santa Felicidade.
Essa pauleira pra cima da ex-ministra Matilde, que vai resultar até em CPI, me faz lembrar a discussão babaca sobre salário dos deputados, quando o que solapa a moralidade pública no nosso parlamento é o fortalecimento cada vez maior, da política do compadrio, do toma-lá-da cá. Enfim, da eternização da Lei de Gerson no país.
Os abusos cometidos com o cartão corporativo porecisam ser punidos sim, se inserem no rol das imoralidades públicas. Mas tal qual a questão dos salários de deputados e de vereadores, o cartão se transformou no biombo que os políticos tradicionais (e fisiológicos) queriam, para continuarem livres, leves e soltos, nas suas ações de autênticos gafanhotos do erário. Me poupem!
Comentários
Já vi até a turma do Pinga Fogo falando do cartão corporativo? Do Santa Felicidade, da ciclovia da Mandacaru? e outras coisinhas locais não falam nada.
Vamos deixar esta questão dos cartões lá para o pessoal do congresso. Ontem já ouvi o Eduardo Suplucy dizendo que se for preciso fazer uma CPI, vamos fazer, só lembrando que essa coisa de gastos começou no governo Fernando Henrique e uma CPI deverá abrager todo o período. Isto certamente esfriará alguns mais afoitos.
De qualquer forma precisamos dar um bastos em gastos indevidos.