“Nas três Américas, apenas Brasil e Argentina jamais fizeram reforma agrária. O detalhe é que somos um país de dimensões continentais”.
“Desde 10 de agosto, mais de 3 mil trabalhadores sem-terra se encontram acampados em Brasília para, de novo, alertar o governo federal sobre uma questão que, outrora, foi considerada prioritária pelo PT: a reforma agrária.
O mundo gira, a Lusitana roda, e hoje muita coisa parece virada de cabeça para baixo: quem fazia oposição a Sarney o defende; quem gritava “fora Collor” o elogia; quem exigia reforma agrária exalta o agronegócio. E, apesar das políticas sociais, 31 milhões de brasileiros (as) continuam a sobreviver na miséria. E a violência dissemina o medo por nossas cidades.
A manifestação dos sem-terra reivindica do governo muito pouco, sobretudo se comparado aos incentivos oficiais concedidos a empresas que degradam a Amazônia e usineiros, que, em latifúndios, mantêm trabalhadores em regime de semiescravidão”.
. Frei Betto (O Estado de Minas)
PS: A rigor, o MST é o único movimento social que vai, de fato, pro enfrentamento. Impulsionada pelo comportamento dúbio (e as vezes sacana) da mídia, a elite brasileira move céus e terras para criminalizar o Movimento Sem Terra, colocando-o como síntese da baderna e assim, legitimando o processo de criminalização dos movimentos sociais como um todo. Frei Beto é autoridade para falar do governo Lula, do qual se desligou por discordar dos descaminhos da agenda social antes sonhada.
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